Casa mal-assombrada?

Mistério das “pedras voadoras” é resgatado pela Câmara de Curitiba

Imagem ilustrativa. Foto: Freepik.

Assombração? Fato sobrenatural? Ou se tratava só de um ato de vingança e vandalismo? A Câmara Municipal de Curitiba resgatou neste último domingo uma história cabulosa que aconteceu na capital e estampou a capa do jornal “Diário do Paraná” do dia 5 de janeiro de 1974.

“Eu vou embora. Isto não é caso para a polícia. O dono da casa que chame um padre”, disse, segundo o “Diário do Paraná”, um dos oficiais designados para investigar o caso, ao ver uma pedra, “aparentemente saída do nada”, atingir uma das vidraças da casa de número 1.366, na rua Professor Nivaldo Braga, no bairro Capão da Imbuia, zona leste da capital paranaense. O fenômeno, relatava o repórter, já se repetia há três noites.  

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Na avaliação das autoridades, não existia uma explicação plausível para o caso. O cerco ao imóvel, em busca da origem das pedras, reunia unidades da Companhia de Operações Especiais e da Radiopatrulha, ambas da Polícia Militar do Paraná (PM-PR), além de investigadores da Polícia Civil.

Inicialmente, afirmava o jornal, eles pensavam ser obra de algum atirador escondido entre as árvores do Instituto de Defesa do Patrimônio Natural (hoje chamado de Museu de História Natural do Capão da Imbuia), que fica em frente ao imóvel. Só que a área teria sido “vasculhada palmo a palmo” pelos policiais, com o uso de potentes lanternas e até de holofotes, e nada foi encontrado.

A reportagem do dia 5 de janeiro de 1974, que revelou o mistério da casa mal-assombrada de Curitiba, também contava que as senhorinhas da região, “desfiando as contas do rosário”, não tinham dúvida: o caso seria, sim, de assombração. Enquanto as pedras voavam, destruindo as vidraças da residência de madeira, e os policiais buscavam o culpado, já irritados com a “perseguição inútil”, a população se aglomerava, curiosa, para acompanhar a movimentação. Tanto que as autoridades teriam até desistido de tentar dispersar a multidão.

Só que o proprietário da residência, Ildefonso Till, não concordava com a tese de fenômeno sobrenatural. Casado com Irene de Oliveira Till, o homem dizia ser vítima de uma vingança dos rapazes do bairro. “Contam [os moradores] que há mais de duas semanas pediram que a polícia prendesse uma menor, empregada da casa, que vinha praticando atos indecorosos com uma turma de jovens do bairro”, escreveu o repórter.

História marca série “Curitiba Horror Stories”

Iniciado em 2009, pela Diretoria de Comunicação Social, o Nossa Memória é um projeto de resgate e valorização da história da Câmara Municipal e de Curitiba, já que ambas se entrelaçam. Além das reportagens especiais, a página reúne “Os Manuscritos”, com documentos desde a fundação da cidade, em 29 de março de 1693; e o “Livro das Legislaturas”, que mostra quem foram os vereadores da capital paranaense desde 1947. Também traz bancos de dados como o “Aconteceu” e o “Rua & História”, entre outros materiais com fatos marcantes da cidade, todos disponíveis para a consulta da população.