Apoiadores do ex-presidente Lula, preso em Curitiba há exatamente um ano pela condenação no caso do triplex do Guarujá, realizam neste domingo (7) uma série de manifestações no entorno da Superintendência da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde está o petista.
Chamada de jornada Lula Livre, os atos ocorrem em diversas cidades do país. São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro têm protestos marcados para o período da tarde. Em Curitiba, já ocorrem atividades políticas, culturais e inter-religiosas desde cedo. A primeira etapa do ato em Curitiba foi às 6h30, com uma caminhada feita pelos apoiadores, do terminal de ônibus do bairro Boa Vista até a sede da PF.
Às 9h, diversas autoridades subiram ao palco, montado em frente à PF, para discursos, no que foi batizado de “Ato Político de Denúncia, de um ano da prisão injusta do presidente Lula”. Entre eles, estiveram a senadora Gleisi Hoffmann e o candidato que representou Lula na última eleição, e foi derrotado, Fernando Haddad. Outros políticos também estiveram no ato, e discursaram, como Guilherme Boulos, João Pedro Stédile e o ex-senador Roberto Requião.
No público, além das vestes vermelhas e cartazes com a frase “Lula Livre”, os apoiadores do ex-presidente também traziam cartazes contra o presidente Jair Bolsonaro, a reforma da previdência e mensagens relembrando a vereadora do PSol, Mariele Franco, morta no ano passado.
Depois dos discursos, houve uma apresentação teatral, parte do Festival de Teatro de Curitiba, no palco da vigília. Após pausa para almoço, devem ocorrer outras apresentações culturais e uma celebração inter-religiosa, às 17h30. O ato deve ser encerrado às 19h, com o famoso “Boa noite presidente Lula”.
Autoridades
“A prisão representa muita tristeza. Lula está preso por conta de um processo injusto, não existem provas contra Lula, as que existem comprovam sua inocência. Não podíamos deixar de estar aqui para prestar nossa solidariedade a ele. Vamos seguir na luta por sua liberdade. Existe um viés político muito forte, inclusive a ida de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça”, disse Gleisi. “A luta do Lula é a luta pela soberania brasileira”, completou ela, que leu uma carta do presidente Lula escrita especialmente para a ocasião, na qual ele afirma ser um “preso político exilado de seu próprio país”.
Em cima do palco, Haddad criticou o presidente Jair Bolsonaro, comparando as conquistas do governo Lula e os projetos aprovados por Bolsonaro em 30 anos como deputado. “Nós temos, à frente da Presidência da República, alguém que tem o pior desempenho nos primeiros 100 dias (referindo-se à pesquisa Datafolha, divulgada esta semana). O pior presidente da história depois da redemocratização, que não tinha condição sequer de ser deputado. Enquanto isso, aprisionaram, sem provas, quem nasceu para a coisa”, criticou Haddad.
O ex-senador Roberto Requião afirmou que “Lula está preso e os ladrões estão livres”, além de mostrar uma carta escrita pela ex-presidente Dilma Roussef, que não pode comparecer ao ato porque está doente, com pneumonia.
Público
Segundo os organizadores, a expectativa era a de que 5 mil pessoas comparecessem à manifestação, que ocorre ao longo de todo o domingo. Porém, pela grande quantidade de caravanas (mais de 150, conforme a organização), além dos residentes em Curitiba ou pessoas de outras cidades que vieram por meios próprios, a organização estima um total de 10 mil pessoas. Já segundo a Polícia Militar, às 11h, eram 3 mil.
Por conta do protesto, a Polícia Militar bloqueou várias ruas ao redor da Polícia Federal, confinando os manifestantes à apenas algumas ruas. Um dos bloqueios, inclusive, é no início da via rápida do Santa Cândida, no entorno da Polícia Federal. Todo o trânsito estava sendo escoado para a Avenida Paraná.
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