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Meta do Ippuc é que ônibus Inter 2 tenha frota 100% elétrica em cinco anos

Projeção de ônibus elétrico de Curitiba
Ilustração do Inter 2 elétrico na estação Agrárias. Ilustração: IPPUC

Estudos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) para subsidiar a mudança da matriz energética do transporte público incluem projeções das tendências de adensamento populacional em Curitiba. Estes estudos sugerem o uso de ônibus elétricos no Novo Inter 2 e também no corredor Leste-Oeste.

Os estudos de adensamento populacional identificam o número de domicílios existentes e a população residente na região dos eixos Norte-Sul, Leste-Oeste, Linha Verde e no itinerário do Inter 2. A implantação do Novo Inter 2 está prevista com financiamento já formalizado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e do corredor Leste-Oeste, com linha de crédito em negociação com o New Development Bank (NDB).

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Os investimentos de Curitiba em infraestrutura viária, de transporte e em novas estações para a inserção da eletromobilidade na Rede Integrada de Transporte (RIT) somam US$ 227,1 milhões, considerando os recursos do BID (US$ 106,7 milhões do banco + US$ 26,7 milhões da Prefeitura), NDB (US$ 75 milhões + US$ 18,7 milhões da Prefeitura).

A esse montante de investimentos deverão ainda ser somados recursos para a aquisição da frota de veículos elétricos e a implantação de infraestrutura de carregamento. “Nossa meta é ter 100% das linhas Inter 2 e Leste-Oeste operando com ônibus elétricos em cinco anos”, afirma o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.

O planejamento operacional em curso pelo Ippuc e Urbs, que inclui os tipos de veículos a serem utilizados em uma primeira fase de funcionamento do Inter 2 com nova matriz energética, aponta para a operação de 54 ônibus elétricos articulados, com 18 metros de comprimento e capacidade para 150 passageiros.

Hoje, a frota operante do Inter 2 é de 67 ônibus, entre 29 modelos Padron e 38 articulados. A substituição para o modal elétrico será gradativa. Os estudos estão sendo feitos conforme a disponibilidade dos fabricantes e modelos de ônibus elétricos existentes em operação.

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No eixo Leste-Oeste, operam atualmente 80 ônibus biarticulados, com 25 metros de comprimento, e capacidade para 230 passageiros. Para esse corredor, a operação inicial estima 60 ônibus articulados elétricos, com 23 metros de comprimento e capacidade para 180 pessoas.

População beneficiada

Os estudos do Ippuc estão alinhados à nova legislação de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, tendo sido orientados pela Diretoria de Planejamento do Ippuc e produzidos pelo setor de Monitoração do Instituto.

Segundo os dados tabulados pelo Ippuc, as linhas que circulam pelo itinerário do Novo Inter 2 (Ligeirinho e Interbairros II) e pelo Corredor Leste-Oeste têm influência direta em uma área de abrangência de 58 Km², extensão que equivale a 13% do território da cidade. 

“Embora os eixos de transporte não ocupem uma grande escala territorial, o número de domicílios localizados na área de abrangência deles representa 21% do total da cidade. Isso condiz com o que está na Lei de Zoneamento, que prevê maior densidade ao longo dos eixos de transporte”, explica a arquiteta Mônica Máximo da Silva, da gerência de Monitoração do Ippuc.

A população diretamente beneficiada pelas linhas de transporte chega a 332 mil pessoas residentes (Censo Demográfico 2010) e 102 mil pessoas que se deslocam diariamente para esses pontos de referência (Pesquisa Origem e Destino 2016-2017).

Para o corredor Leste-Oeste, projetado para a operação de ônibus elétricos na ligação de Pinhais à CIC Norte, o estudo aponta três cenários, ambos com maior acréscimo de usuários no extremo oeste da cidade.

Foram estudados o cenário “conservador”, pelo método tendencial: acréscimo populacional de 13% nos próximos 20 anos (2020 – 2040); o cenário “urbanístico”, realizado a partir de parâmetros construtivos: aumento populacional de 37% no mesmo período; e o cenário “ousado”, pelo método da taxa média geométrica: acréscimo populacional de 47% nos próximos 20 anos (2020 – 2040).

“Independentemente do cenário, a expectativa é que o acréscimo seja superior no extremo oeste do eixo, que além de já vir de uma maior variação populacional no período recente, é o trecho menos consolidado e com maior potencial de acréscimo”, observa Mônica.

Segundo o estudo do Ippuc, em relação ao volume de viagens atraídas, é possível observar que todos os trechos do corredor Leste-Oeste têm abrangência metropolitana, atraindo viagens originadas em municípios vizinhos.