Absurdo

Menino é torturado por homem que o acusava de invasão

Um menino de 10 anos foi agredido, na tarde de domingo, em Quatro Barras. Ele foi levado dentro de um Santana e ficou quase uma hora nas mãos do agressor, um homem, 39 anos. O menino foi devolvido para a família e passa bem, apesar do trauma. O suspeito, morador próximo da casa do menino, foi ouvido na delegacia, na tarde de ontem, e liberado por estar fora do flagrante.

A mãe da criança contou que foi à mercearia, por volta das 14h de domingo, e seu filho foi brincar com crianças da vizinhança. O homem teria pego o menino de carro e ido com ele até sua residência. Segundo o garoto, o suspeito estava acompanhado da esposa e do filho.

Socos

O agressor levou a vítima até um matagal, afastado da família. “Ele me deu cinco socos no estômago, três tapas no rosto, chutou minha perna, eu caí e bati minha cabeça. Ele continuou me batendo e me chutando. Cada vez que olhava para ele eu apanhava”, contou o menino.

Depois de espancar o garoto, o homem amarrou as mãos e os pés dele com a mesma corda e jogou-o no banco de trás. As marcas de corda continuam evidentes nos punhos da criança e ele ainda sente dores no estômago. “Ele disse que ia me jogar na Serra do Mar. O homem falou que ia me dar um tiro e me jogar no mato. Eu só pedia a ele: leve-me para minha mãe”, relata o menino.

Delegacia

O homem levou o garoto até a delegacia de Quatro Barras e chamou um carcereiro para amedrontá-lo. Ele alegou que deu uma “punição” à criança, pois ela teria tentado invadir sua casa. O carcereiro, por sua vez, repreendeu o suspeito e mandou que ele levasse o menino para casa. “Ele não é um marginal, é uma criança. Você pode se complicar por isso”, teria dito o funcionário da delegacia.

Ao chegar em casa, o homem disse à mãe do garoto que lhe deu um “safanão”, porque ele estava em sua residência, e foi até a delegacia fazer o boletim de ocorrência. O menino nega ter ido até a casa do homem. A vítima contou a história para a mãe, que prestou queixa da agressão no dia seguinte.

“O homem foi liberado, pois não houve flagrante. Foi instaurando inquérito e, caso necessário, pediremos sua prisão preventiva”, explica o superintendente da delegacia de Quatro Barras, Divonzir.

Confira o vídeo com o depoimento do garoto.