Jovens são agredidos em casa noturna no Batel

Dois jovens que foram internados após serem espancados numa casa noturna, no Batel, em Curitiba, na madrugada de domingo, prestaram queixa no 3.º Distrito Policial (Mercês) na manhã de ontem.

Ainda com as marcas da violência no corpo, eles acusaram os seguranças e o dono do Santa Fé Country Bar, situado na Avenida Nossa Senhora Aparecida, de serem os agressores. Eles ainda afirmam terem sido vítimas de extorsão, humilhação e ameaças.

Cerca de dez pessoas teriam sido agredidas no estabelecimento. O bar alega que os jovens foram detidos pelos seguranças porque estariam com bilhetes de consumação falsos.

De acordo com os jovens, a confusão começou por volta de 1h. “Estávamos num grupo de quatro pessoas. Os seguranças nos cercaram e levaram a gente e outros rapazes para uma sala”, contou Antônio Aristeu Chagas Neto, 18 anos. “Lá, começaram as agressões”, continuou, apontando para o olho ainda inchado.

Outro adolescente, Sergio Faversoni, também de 18 anos, disse que, além de agredido nas costas, foi humilhado e ameaçado. “Depois do espancamento, ele fizeram cópia de nossas carteiras de identidade e disseram que se chamássemos a polícia ou prestássemos queixa, iriam matar nossas mães”, relatou.

Advogado de um dos jovens, Carlos Hugo Maravalhas considera que houve excesso por parte da segurança do bar. “Quando segura, constrange, ameaça e agride, pode-se dizer que houve exagero”, observou. Ainda segundo os jovens, a confusão só terminou depois que um amigo deles efetuou o pagamento de R$ 1,5 mil para “soltar” o grupo.

“Apanhamos e nem sabíamos o motivo. Só mais tarde o pessoal do bar explicou que duas pessoas que estavam na sala haviam falsificado a consumação. Mas eles mesmos admitiram que não nos conheciam”, revoltou-se Antonio. Ele e Sergio foram atendidos pelo Siate e encaminhados ao Hospital do Trabalhador, de onde saíram apenas no final da manhã de domingo.

Bar

Por telefone, um funcionário do bar, que não quis se identificar, confirmou que um grupo pessoas foi detido pelos seguranças. Porém, alegou que todos eles estariam usando a consumação falsa.

“Tinha um cliente que, há um mês, clonou o ticket de consumação e, naquela noite, eles estavam consumindo alto no bar e foram pegos. Dois assumiram, mas estavam todos juntos”, disse. Sobre a denúncia de excesso de violência, o funcionário afirmou que é “relativo”. “Às vezes, para segurar alguém, acaba agredindo.” Ele lembrou que o bar também registrou boletim de ocorrência no 3.º DP, por estelionato.