Engajamento

Jovens organizam ‘rolezinho’ em shoppings de Curitiba

Os “rolezinhos” estão chegando a Curitiba. Os movimentos iniciados na periferia de São Paulo, que ocuparam diversos shopping centers e foram reprimidos pela polícia, causando muita confusão, farão sua estreia na capital paranaense no último domingo deste mês (26/01), no shopping Pátio Batel. Ao contrário dos “rolezinhos” paulistanos, que começaram como encontros de jovens em busca de diversão, por aqui a onda chega com uma roupagem mais engajada, protestando contra o preconceito e a repressão policial.

Até agora, em duas páginas criadas na rede social Facebook para divulgar os “rolezinhos”, mais de 700 participantes já confirmaram presença. Segundo os apoiadores da ideia, a recriação do evento na capital paranaense pretende prestar apoio aos jovens que sofreram atos de discriminação em São Paulo. “Qualquer atitude que ajude a despertar a população contra o preconceito, o racismo e a discriminação contra a população das periferias é bem vindo”, diz Watena Ferreira, um dos organizadores do evento.

Para Watena, esses movimentos são possíveis graças ao acesso à informação e à educação conquistada nos últimos anos por moradores dessas áreas marginalizadas. “Ainda temos graves problemas com a educação, mas com esse pouco já conseguimos abrir os olhos para lutar por direitos iguais”, afirma.

De acordo com ele a Curitiba apresenta um perfil racista. “A mesma cidade modelo que vendem, também é a Curitiba onde uma associação de comerciantes passa por cima de uma lei municipal sem a menor dificuldade”, conta Watena, se referindo ao feriado do Dia da Consciência Negra, que deveria ter ocorrido em 20 de novembro, mas foi suspenso pela Justiça.

Diferente de São Paulo, em que shoppings conseguiram liminares para fechar as portas, o Pátio Batel informou em nota que manterá todas as lojas abertas. “Ocorrências assim exigem atenção como qualquer aglomeração de pessoas”, diz o informe.