Ódio

Jovem paraplégica por causa de tiro é assassinada perto de casa

Quatro meses depois de ter levado um balaço nas costas, que a deixou em uma cadeira de rodas, Jenifer Juliana Soares de Souza, 24 anos, foi assassinada com mais de 10 tiros. O crime aconteceu por volta das 17h20 de ontem, na frente da casa onde ela morava, na Rua Jornalista Silvino Alves Batista, Moradias da Ordem, no Tatuquara, mesmo local onde a jovem foi baleada na primeira vez.

Os parentes da vítima disseram à policia que um Astra preto passou pelo local e o passageiro, usando uma pistola, efetuou os tiros. Jenifer, que estava ao lado do sobrinho, caiu da cadeira de rodas sem vida. O menino foi quem avisou o restante da família que ela estava morta.

Muitos curiosos acompanharam o trabalho da polícia, a maioria entristecida, não só pela cena de morte, mas também pelo desespero da mãe, que durante as mais de duas horas que o Instituto Médico-Legal (IML) levou para recolher o corpo, amaldiçoava o assassino.

Vingança

O delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homicídios (DH), disse que a principal linha de investigação é que Jenifer foi morta por vingança. “Ela foi baleada em agosto, por conta de um jovem assassinado na vila. O autor do tiro que deixou a moça paraplégica foi preso, e não podemos descartar a possibilidade de ele ter saído da cadeia e cometido o crime nesta tarde”, explicou.

O funcionário do IML precisou de ajuda para recolher o corpo. Os policiais militares estavam ocupados isolando a área, os civis, colhendo dados para a investigação, e os curiosos se negaram a ajudar. A única que se ofereceu foi a irmã de Jenifer, que, mesmo chorando, prontamente atravessou o cordão de isolamento e segurou o “bandejão”.

Estatística

Com o crime do Tatuquara, cresce para sete o número de mulheres assassinadas, em Curitiba e região metropolitana, em menos de uma semana. No mês, já são 15 vítimas. Em 2012, houve aumento de quase 21% no índice de mulheres assassinadas. São 139 casos, média de 11,5 por mês.