Processo rolando

Investigadora acusada de matar copeira é promovida na Polícia Civil do Paraná

Rosária Miranda da Silva morreu em dezembro de 2016. Foto: Arquivo/Tribuna,

A investigadora Kátia das Graças Belo, acusada de matar a copeira Rosaira Miranda da Silva em dezembro de 2016, foi promovida no quadro da Polícia Civil do Paraná (PCPR). O caso ganhou enorme repercussão na época, pois a vítima foi baleada na cabeça em uma confraternização de fim de ano. A policial alegou que o barulho da festa a irritou e por isto atirou. A promoção foi assinada pelo vice-governador Darci Piana na última sexta-feira (13) e foi motivada pelo tempo de serviço da investigadora na corporação.

O processo de Kátia ainda não transitou em julgado, ou seja, não tramitou por todas as instâncias. Sendo assim, a Justiça determina que policiais civis que respondem a processos criminais ou administrativos e ainda não foram condenados tenham direito a serem promovidos. O Governo do Estado promove a alteração na carreira por antiguidade na função ou por merecimento. No caso da investigadora, foi por tempo de serviço que alcançou cinco anos.  

Relembre o caso

A policial civil – atuante no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) – é acusada de ter atirado contra a copeira após ter se irritado com o barulho de uma festa de final de ano no Centro Cívico, em Curitiba. O crime ocorreu dia 23 de dezembro de 2016 e foi investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Durante as investigações, a Polícia Civil identificou um vídeo que registrou três clarões da janela da investigadora. A imagem foi feita por uma câmera de segurança de uma empresa, localizada próxima da residência da policial, na região do Centro Cívico, e foi incluída no inquérito policial enviado ao Ministério Público.

A DHPP pediu à Justiça a prisão preventiva da policial, mas o juiz Daniel Surdi Avelar, da 2.º Vara do Tribunal do Júri, decidiu que ela responderia pelo crime em liberdade. Outras demandas da Polícia Civil, como quebra de sigilo telefônico e mandado de busca e apreensão, na residência de Kátia e do namorado dela, também foram negadas pelo juiz.

Conforme a decisão judicial assinada por ele, Kátia poderia retornar ao trabalho no Nucria, mas apenas para funções administrativas. Com isso, ela precisou entregar seu documento de porte de arma ao juiz e ficou proibida de manter qualquer tipo de contato, pessoal ou por meio eletrônico, com as testemunhas do caso.

Antes dessa decisão de Avelar, a polícia já havia feito outro pedido de prisão temporária para Kátia, que também foi negado pela juíza Ana Carolina Ramos.