Caso Tayná

Guarda municipal é preso acusado de envolvimento tortura

Outro guarda municipal de Araucária foi detido, suspeito de participação nas supostas torturas praticadas contra quatro suspeitos presos pela morte de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, no mês passado. Ele é o 15° preso de uma lista que envolve nove policiais civis, o delegado Silvan Rodney Pereira, ex-titular da delegacia do Alto Maracanã, onde as investigações da morte da garota começaram, além de um policial militar, outro guarda municipal, um auxiliar de carceragem e um preso ‘de confiança‘. O pedido de prisão, feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi aceito pela Justiça ontem. O guarda foi detido e levado até a sede do grupo, onde prestou depoimento. Em seguida, ficou sob a custódia da Secretaria Estadual de Justiça, que até a noite de ontem não divulgou onde ele seria encarcerado.

O delegado Silavan foi preso na sexta-feira (19), em Laranjeiras do Sul, e ainda não foi ouvido pelo Gaeco. Ele voltava de viagem de férias em companhia da esposa e filhas quando foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Silvan está preso na cela especial do Centro de Triagem I (Travessa da Lapa), a mesma onde ficou a médica Virgínia Helena Soares de Souza, ex-diretora da UTI do Hospital Evangélico. Os demais, que foram detidos na semana passada, estão presos na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), de acordo com informações da Polícia Civil.

O Gaeco tem até o final desta semana para concluir o inquérito. O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, adiantou ontem que os policiais presos já começaram a ser ouvidos ontem. A partir do depoimento deles e de testemunhas, mais diligências poderão ser solicitadas. Depois da análise de todo o material, o inquérito será concluído com haverá ou não oferecimento da denúncia. ‘A partir da data das primeiras prisões, temos dez dias para encerrar o inquérito. Estamos bastante tranquilos e convictos da tortura. Temos provas e vamos apresentá-las publicamente depois concluir o inquérito‘, informou o coordenador do Gaeco.

O advogado dos policiais civis, André Luís Romero de Souza, disse ontem que deve entrar ainda nesta semana com pedido de liberdade. Ele informou que está analisando o processo para solicitar à Justiça o habeas corpus de seus clientes, mas preferiu não revelar que argumentos serão apresentados para sustentar o pedido. O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que defende o delegado Silvan, informou que não fará comentários sobre o pedido de liberdade. ‘Não vou divulgar quando entrarei com o habeas corpus, por uma questão de estratégia de defesa‘, explicou.