Frota mínima?

Nada de ônibus em Curitiba ainda! E nenhuma perspectiva da greve acabar

Foto: Henry Milleo
Foto: Henry Milleo

As pessoas que dependem de ônibus para irem trabalhar, estudar ou comparecer a seus compromissos continuam enfrentando dificuldades no início da tarde desta sexta-feira (28), por conta da greve geral que contou com a adesão dos trabalhadores do transporte coletivo em Curitiba e região metropolitana.

Na capital, nenhum ônibus circulou pelas ruas desde a madrugada de hoje, contrariando a determinação da desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), Marlene Teresinha Fuverki Suguimatsu, que ordenou, na noite de quinta-feira (27), que uma frota com pelo menos 50% dos ônibus circulasse nos horários de pico – entre 5h e 9h e das 17h às 20h. Nos demais horários, segundo a Justiça, a frota mínima não deveria ser inferior a 40%. Pelo descumprimento desta determinação, a multa diária imposta ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) foi estabelecida em R$ 100 mil.

Sobre a greve, o Sindicato das Empresas de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou, em nota, que as empresas são contrárias à paralisação de motoristas e cobradores. “As empresas de ônibus de Curitiba e região metropolitana se solidarizam com a população que sofreu nesta sexta-feira as consequências da manifestação política promovida por alguns grupos, os quais, guiados por seus próprios interesses, acham-se no direito de atrapalhar a vida de milhões de pessoas”.

Segundo o Setransp, ônibus de uma empresa foram atravessados na porta de outra, impedindo que os coletivos deixassem as garagens nesta manhã. O sindicato patronal cita que pneus foram esvaziados para que os ônibus não pudessem sair às ruas. A entidade afirma que as empresas estudam as medidas cabíveis contra os responsáveis pela manifestação, a fim de obter o ressarcimento do prejuízo causado pela greve ao sistema de transporte.

Sem retorno

Até o meio-dia desta sexta-feira, oficiais de Justiça não haviam encontrado nenhum representante do Sindimoc para notificar a decisão do Tribunal. Procurados para falar sobre uma possível retomada no serviço de transporte coletivo, também não conseguimos contato com um representante do Sindimoc. Por meio de sua assessoria, o sindicato informou que não comentará assuntos relacionados à frota mínima ou sobre a determinação judicial expedida pelo Tribunal do Trabalho. Segundo o Sindimoc, a adesão à greve permanece total, sem alterações.