Até o Alaska

Fotógrafo viaja de Fusca com esposa e a cachorra rumo aos EUA 

Imagem mostra um casal com um cachorro caramelo em cima de um fusca branco com o número 53.
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Dentro de um Fusca, o fotógrafo Janyeicson Christian quer chegar aos Estados Unidos para realizar um sonho. Na jornada, leva apenas o essencial: a esposa, Hyalle e a companheira de quatro patas, Lolla, uma cachorra da raça chow-chow. A viagem, compartilhada no perfil @boraalidefusca, começou há cerca de dois meses, em Foz do Iguaçu, e estacionou em Curitiba há uma semana.

Durante a estadia na capital paranaense, o casal está acampado no estacionamento da loja Havan Santa Cândida, na Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, nº 705. A pausa tem o propósito de reparar um vazamento de óleo no Fusca e de arrecadar dinheiro para a gasolina até o próximo destino. Para isso, vendem paçocas e quadros personalizados.

As próximas paradas são em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que servirá como porta de entrada para a Argentina. A partir de Buenos Aires, o trajeto segue pela Rodovia Pan-Americana, rumo aos Estados Unidos, onde devem chegar em cerca de dez meses.

Natural de Paulo Afonso, na Bahia, Janyeicson quer partir dos EUA direto para Portugal, onde sonha em fazer um curso de Cinema para trabalhar com produção e direção audiovisual. “Não queremos virar famosos nem influenciadores. Eu e minha esposa, que abraçou esse sonho comigo, queremos que eu me profissionalize na minha área”, conta.

O fim da viagem é, na verdade, o começo

A escolha por viajar de carro e não de avião tem como objetivo manter a família completa. Cães da raça chow-chow, por serem braquicefálicos – cabeça curta e focinho achatado -, não são transportados por companhias aéreas brasileiras. 

A limitação levou o casal a buscar alternativas para emigrar com Lolla. Dos países da América Latina, apenas México e Colômbia aceitam o embarque desse tipo de animal em voos. “Era a única forma. Se vendêssemos tudo e fôssemos de avião, iria só eu e minha esposa. A gente nunca pensou em abandonar a cachorra ou deixá-la com alguém”, explica.

Antes de colocar o pé na estrada, Lolla precisou passar por uma cirurgia de emergência para tratar uma piometra interna, que é uma doença caracterizada por uma infecção uterina grave. O período foi importante para reforçar a filosofia da viagem: “ou vai todo mundo ou vai todo mundo”.

Os EUA foram escolhidos por oferecerem, além da logística, outra realização. Nessa rota, eles podem seguir os mesmos passos do viajante Jesse Koz e de seu cachorro Shurastey, criadores do projeto “Shurastey or Shuraigow?”.

“Ele me inspirou muito porque foi assim, sem nada, como a gente. Juntamos nossas coisas e falamos: vamos até a Argentina. A gente tenta monetizar o mais rápido possível e vai conseguindo dinheiro na rua”, diz. As paçoquinhas viraram o carro-chefe da arrecadação.

Da costa leste do Pacífico à do Atlântico

O plano inicial era iniciar a rota atravessando o Paraguai por Foz do Iguaçu. O trajeto começou com uma dupla negativa. Janyeicson foi vítima de um sequestro em uma estrada próxima à área de mata e teve todo o seu equipamento fotográfico roubado. O trauma virou combustível para seguir adiante.

A previsão é que a chegada a Portugal aconteça entre março e setembro de 2026. Até lá, o casal pretende manter um canal e perfis nas redes sociais para monetizar parte da viagem, sem a ambição de viver da internet, mas com o desejo de mostrar opções diferentes da maioria dos influenciadores.

No caminho, do Pacífico ao Atlântico, Janyeicson cultiva dois grandes sonhos: estudar Cinema em uma das melhores universidades da Europa e, um dia, dirigir uma produção para a cantora norte-americana Alicia Keys. Ambos com a pretensão de serem realizados ao lado da esposa e do animal de estimação.

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