Está chegando o momento deles se tornarem protagonistas das ruas de Curitiba: os famosos ipês. Em algumas regiões da cidade, pode parecer que a florada está atrasada. No entanto, a professora do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Daniela Biondi, garante que o processo está fluindo normalmente. Ela explica que, para que os ipês possam florir completamente, eles precisam de, pelo menos, mais uma semana de sol na capital paranaense.
“Normalmente, a florada é de agosto a setembro, geralmente com a planta toda sem folha. A frutificação ocorre em meados de setembro”, explica Biondi.
Segundo a professora, as plantas ornamentais, aquelas que, de modo geral, são reconhecidas pela beleza das flores, são fortemente influenciadas pelo ambiente ao redor. Nas ruas, por exemplo, há muitos fatores adversos que desfavorecem a ocorrência de um ciclo perfeito.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná





Daniela comenta que os últimos anos têm apresentado novos desafios na hora de analisar os ciclos das plantas por conta das mudanças climáticas em todo o planeta.
Mudanças drásticas de temperatura
A especialista explica que o termoperíodo — alternância de temperatura em um determinado tempo — também impacta de modo significativo neste ciclo. Recentemente, Curitiba tem registrado mudanças drásticas nas temperaturas, saindo de máximas de 15°C para 30°C em menos de dois dias.
Como destaca a professora: plantas não tem calendário. O tempo delas segue tudo o que está no entorno. “Eu tenho um ipê aqui em casa. Ele está com todos os botões florais. Ele só precisa de um período com temperaturas adequadas para abrir esses botões. Mais uma semaninha aí de calor já tem condições para florir”, afirma.


Daniela também reforça que ao falar sobre plantas, é preciso levar em consideração que nada é tão simples quanto parece. Segundo ela, há lugares que podem até mesmo já ter registrado a presença da flor, enquanto que, grande parte da cidade, ainda se espera mais calor para que possam florescer.
“Tem lugares que tem ilhas de calor. Tem mais casa perto, está mais no centro, segura mais o calor. Na periferia, a temperatura ainda está mais baixa, mais isolada, por exemplo. Nesses lugares, quando começar setembro você vai ver como é que vai estar. É só sair um pouco desse frio que já começa”, destaca.
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