Batel

Farofa na calçada pode acabar em confusão

Centenas de pessoas devem se reunir amanhã na “1ª Farofada no Granito”, na Rua Bispo Dom José, Batel. Segundo os organizadores do protesto, o local foi escolhido por ser exemplo da desigualdade entre o tratamento da administração pública com as regiões da cidade – cada metro quadrado das peças de granito usadas na calçada custou R$ 149. Das 12h às 18h, grupos de artistas devem se apresentar e serão coletadas assinaturas para o abaixo-assinado pedindo providências para problemas nas ruas e calçadas, que será encaminhado à Câmara de Curitiba.

Uma das organizadoras, a atriz e produtora cultural Kaley Michelle conta que a ideia “surgiu de debates bem humorados entre ativistas e produtores culturais da cidade”. Segundo ela, o vídeo dos skatistas sendo proibidos de andar nas calçadas do Batel por guardas municipais, amplamente divulgado na internet, “foi apenas o estopim para desencadear a criação do evento e posteriormente, a adesão em massa”.

Formato cultural

Mais de 6.800 pessoas já confirmaram presença através do Facebook. Kaley atribui a alta adesão à indignação e à abordagem irônica e bem humorada da proposta. “Ao invés de chamar as pessoas para gritar e agitar bandeiras, convocamos as pessoas a sambar e farofar. É uma crítica? Claro que é, mas num formato cultural e agregador”, diz. “Queremos tornar a Farofada no Granito um compromisso da população em não permitir financiamento de obras como essa com dinheiro público”, reforça.

Vereador alerta prefeitura e MP

Divulgação/CMC

O vereador José Carlos Chicarelli (PSDC) alega que há cunho político por trás da Farofada e informa que alertou a prefeitura e o Ministério Público “para que tomem as medidas preventivas”.

Segundo o parlamentar, pela grande quantidade de pessoas esperadas, não é apenas uma reunião, mas um evento e, por ser via pública, poderia ir contra os direitos dos moradores e comerciantes. Ele está elaborando projeto de lei para regulamentar esse tipo de evento e promete cobrar da prefeitura áreas mais democráticas para sediá-los.