Situação crítica

Estudo aponta até 90 mortes por dia e pede lockdown urgente em Curitiba

Estudo pede lockdown em Curitiba. Mortes podem chegar perto dos 100 por dia em abril
Estudo sugere que Curitiba adote lockdown para não chegar a quase 100 mortes por dia. Foto: Lineu Filho

Uma nota técnica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (IMPA), feita a pedido da APP Sindicato – que representa professores e funcionários de escolas públicas no Paraná – prevê que Curitiba irá registrar de 80 a 90 mortes por dia no final de março ou começo de abril, se não for adotado um rígido lockdown de pelo menos 90% da população por três semanas.

O grupo de pesquisadores do IMPA, que é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, é o mesmo que em agosto do ano passado previu a segunda onda da pandemia em Manaus, em artigo publicado pela revista científica Nature.

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As projeções são feitas pelo modelo de estudos epidemiológicos SEIR (Susceptíveis-Expostos-Infectados-Recuperados). “O colapso que Curitiba vai viver tende a ser quatro vezes maior do que os vivenciados até agora. Quando estou falando isso não estou querendo ser alarmista, mas estou trazendo um dado real para preparação e contenção da crise”, disse um dos autores da nota, o biólogo Lucas Ferrante.

Ele falou aos vereadores de Curitiba, por videoconferência, na sessão desta quarta-feira (10). “Hoje é consenso, mesmo entre os pesquisadores que defendem a educação, que quando um município está em transmissão comunitária do vírus, não deve se voltar o retorno presencial ou híbrido das aulas. Este é o caso de Curitiba”, observou.

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O decreto estadual da última sexta-feira liberou o retorno das aulas presenciais pelo sistema híbrido (30% da capacidade das salas de aula) na rede particular nesta quarta (10) e marcou o retorno da mesma modalidade, na rede pública, para o próximo dia 15.

Veja a íntegra da nota técnica:

Números ruins

Curitiba registrou no último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde mais 1.274 casos de covid-19 e 22 novos óbitos da doença. Com alta de casos ativos, que nesta quarta somam 11.308, a SMS ativou mais seis leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 no Hospital de Clínicas e dois na UPA Tatuquara, mas a taxa de ocupação segue em 96%. Restam apenas 18 leitos livres.

Até agora são 3.116 mortes na cidade provocadas pela doença neste período de pandemia. Com os novos casos confirmados, 151.838 moradores de Curitiba testaram positivo para a covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 137.414 estão liberados do isolamento e sem sintomas da doença.