Um ato contra o aumento da passagem de ônibus de Curitiba foi marcado nesta quinta-feira (03), às 18h30, na Praça Santos Andrade. A organização é do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPR, que já conta com a adesão da União Paranaense de Estudantes (UPE). A tarifa do transporte na capital passou de R$ 4,50 para R$ 5,50 e passou a valer na terça-feira (1º). A convocação para o ato é geral e foi postada nas redes sociais do DCE.

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Segundo os estudantes, há outros grupos que também prometem se mobilizar. “O Diretório Central dos Estudantes da UFPR convoca todas as pessoas, organizações e entidades estudantis para um ato contra o aumento da passagem de ônibus em Curitiba. […] O transporte público da cidade já é caro, lotado e precário. A promessa de cidade modelo ficou no passado, e quem usa os ônibus de Curitiba sofre com o valor da passagem que já era abusivo, e agora querem piorar”, diz o texto publicado.

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Outro argumento utilizado na convocação é a crescente inflação no Brasil. “Em meio a crise, com o aumento do desemprego e da informalidade, a inflação que come o salário dos trabalhadores e a fome batendo na porta, esse aumento representa mais um duro ataque por parte do prefeito Rafael Greca”, ressalta a postagem.

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A UPE – que já confirmou presença –, por meio do seu presidente Thales Zaboroski, disse que este é um ato inicial, que foi organizado de forma emergencial. Segundo ele, na manhã de quinta-feira haverá panfletagem nos terminais de ônibus, como uma forma de alerta para a população comparecer na Santos Andrade à tarde. “Vamos fazer panfletagem e chamar as pessoas”, disse.

Aumento da passagem de ônibus

A tarifa de ônibus de Curitiba foi reajustada a partir da zero hora de terça-feira. Trata-se do primeiro aumento desde fevereiro de 2019. O valor do reajuste (22%) é o mínimo possível para manter a sustentabilidade do sistema, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, frente ao forte aumento dos custos relacionados ao transporte, que subiram muito acima da média da inflação desde 2019.

A explicação da prefeitura para o aumento leva em conta a chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é pago pelo município às empresas de ônibus de forma a manter o sistema em operação. Essa tarifa subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade, é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano.

Apesar desses custos, a prefeitura manteve a prática da tarifa social, que é o valor efetivamente pago pelos passageiros (e inferior à tarifa técnica). É uma forma de minimizar o impacto do custo do transporte no orçamento dos usuários.

Os R$ 5,50 devem representar um valor entre entre 13% e 23% mais baixos do que a tarifa técnica ao longo de 2022.

Isenções mantidas

A prefeitura manteve as isenções asseguradas em lei e bancadas pelo município. Esses benefícios contemplam idosos, pessoas com deficiência, estudantes (meia passagem) e ainda os passageiros da Região Metropolitana que entram no sistema urbano por meio das integrações da rede.

Custos subiram até 131%

Nos três anos em que a tarifa ficou congelada, os custos que impactam o transporte coletivo subiram muito acima da média da inflação nos últimos anos.

Entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2021, o diesel subiu 76%, o biodiesel 131%, salários e benefícios, 22%, e pneus 42,79%. Apesar dessas altas, o reajuste da tarifa para o usuário ficou bem abaixo (22%), em linha com a inflação geral medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Dos custos que compõem a tarifa técnica, gastos com pessoal, benefícios e encargos sociais e previdência representam 47,17%. Combustíveis e Lubrificantes, 21,62%; Rentabilidade Justa, 11,49%; Amortização, 6,78%; Peças e Acessórios, 5,86%; Impostos e Taxas, 5,90%; Custos Administrativos, 4,46 %; Rodagem, 2,75%; e descontos, como multas aplicadas, -6,03%.

Impacto da pandemia

A prefeitura que a pandemia, que teve início em 2020, impactou significativamente o transporte coletivo. De um lado, a redução do número de passageiros, de até 80%, diminuiu a receita. Por outro, o número de veículos em circulação teve que ser mantida para cumprimento dos protocolos sanitários.

O número de passageiros por ano caiu de 201,3 milhões em 2019 para 105,9 milhões em 2020 e fechou 2021 em 113,3 milhões – 43% menos do que o volume registrado antes da pandemia.

A operação foi mantida, sem interrupção, graças ao regime emergencial do transporte coletivo, que entrou em vigor em março de 2020 e foi encerrado em fevereiro.

O regime reduziu os custos do transporte coletivo durante a pandemia (por meio da diminuição dos valores repassados às empresas) e manteve a tarifa congelada. Nesse período, o sistema foi remunerado de acordo com o quilômetro rodado e não mais pela tarifa técnica.

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