Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu um assistente virtual gratuito e de código aberto voltado a apoiar idosos em suas rotinas diárias e ampliar sua autonomia. Chamado Lucas, o sistema conta com tecnologias de transcrição de voz, compreensão de linguagem natural e síntese de fala em português brasileiro.
Para ativar o assistente, basta dizer “Opa Lucas”. Entre as tarefas executadas estão lembretes, consultas de temperatura e respostas a dúvidas gerais. O sistema oferece acessibilidade com respostas em áudio e legendas de alto contraste, com cores e expressões visuais destacadas para facilitar a compreensão.
Projetado especialmente para o público idoso, o Lucas atende tanto pessoas com limitações visuais quanto auditivas. O assistente não armazena dados dos usuários, exceto os lembretes, e utiliza apenas as informações necessárias para as funções solicitadas.
“Creio que a principal contribuição do Lucas é auxiliar na questão da autonomia dos usuários. Ou seja, ele pode contribuir buscando informações rápidas, auxiliando com tarefas rotineiras de maneira eficiente e customizável”, explica Luan Matheus Trindade Dalmazo, estudante de Informática Biomédica e um dos pesquisadores do projeto.
O sistema foi desenvolvido sob supervisão do pesquisador Eduardo Todt, dos laboratórios Visão, Robótica e Imagem (VRI) e Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), e do professor do Departamento de Medicina da UFPR, Vitor Last Pintarelli. O assistente já está disponível para uso.
Sistema pode ser adaptado conforme necessidade
O Lucas se diferencia dos assistentes comerciais por ser gratuito, personalizável e transparente no uso de dados. Como tem código-fonte aberto, qualquer pessoa pode adaptá-lo às suas necessidades, garantindo o controle da tecnologia e a proteção das informações dos usuários.
“As ferramentas de código aberto foram escolhidas pois permitem a replicação fácil por outros grupos de pesquisa e de desenvolvimento interessados no projeto, bem como asseguram o domínio completo da tecnologia, resguardando a soberania no que se refere ao conhecimento e à proteção de dados”, ressalta o pesquisador Eduardo Todt.
Composta também pela estudante de Ciência da Computação Luize Duarte, a equipe ainda planeja integrar o assistente a dispositivos de saúde e expandir sua aplicação para ambientes móveis. Novas funcionalidades também estão em desenvolvimento, como memorização de objetos na casa, detecção de quedas, organização de itens e integração com robôs autônomos.



