Um escrivão da Polícia Civil que atua em Curitiba, mas estava trabalhando na Operação Verão no litoral do Paraná, foi preso suspeito de atrapalhar um trabalho de investigação. Segundo a polícia, ele vai responder por corrupção e violação de sigilo, pois tentou atrapalhar a prisão de uma mulher suspeita de aplicar o golpe do falso aluguel de imóveis no litoral do Estado. A prisão foi na última quinta-feira (21), mas só foi descoberta neste domingo (24).

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De acordo com as informações divulgadas pelo G1 Paraná, a prisão do policial foi feita pela Divisão de Combate à Corrupção (DCCO), com o acompanhamento de uma equipe da Corregedoria-Geral da Policia Civil para garantir que a ação fosse feita da forma que deveria ser.

A polícia começou a investigar a mulher, que era suspeita de estelionato com o tradicional e recorrente, principalmente nesse período de verão, golpe do aluguel. Paralelamente, os policiais perceberam que o escrivão teria se aproximado da família da mulher para repassar informações sobre as investigações e isso atrapalhou o andamento da ação policial.

Relação próxima

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Ainda conforme a polícia, o escrivão conheceu o filho da golpista num atendimento a uma ocorrência em que o rapaz acabou sendo conduzido até a delegacia pela Polícia Militar (PM), por ser vítima. “Supostas vítimas da mulher descobriram onde a golpista morava, foram até a casa dela e na hora estava somente um dos filhos. Exaltadas, essas pessoas agrediram o rapaz, que foi encaminhado à delegacia”, explicou o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, da Corregedoria da Polícia Civil.

Dentro da delegacia, enquanto era atendido, o rapaz conheceu o escrivão, que começou a fazer contatos. “Como a situação dos golpes já estava sendo investigada, o delegado detectou que estava tendo vazamento de informações e aí chegou até o escrivão”.

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Ainda de acordo com a polícia, o escrivão passou a informar a golpista. Conforme as investigações avançavam, os policiais que atuavam no caso do golpe de aluguel foram percebendo dificuldades e que algo estava errado. “O trabalho interno apurou que, até semana passada, o escrivão repassava informações que eram exclusivas de quem estava tocando a investigação sobre os golpes de aluguel. Ainda estamos apurando se ele estava recebendo algum valor ou se teve algum tipo de valor repassado”, disse Marcelo Lemos.

Demissão

O escrivão, que não teve o nome revelado por enquanto, segundo a polícia, tem 39 anos e trabalhava há 10 na corporação. “É um policial com muitos anos de carreira, experiente e que trabalhava na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Por enquanto não vamos divulgar seu nome para não atrapalhar as investigações, mas no momento oportuno isso vai ser divulgado”, informou o delegado.

O policial foi preso em Curitiba e encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), onde há espaço para abrigar policiais presos. Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, paralelo ao inquérito que levou a prisão, foi aberto o procedimento administrativo para apurar a situação e, caso fique comprovada a prática dos crimes, o policial pode até ser demitido.

A Corregedoria da Polícia Civil informou ainda que o mandado de prisão do policial foi expedido pela Justiça de Guaratuba e é válido de forma preventiva. “Reforça que há consistência das provas que foram colhidas contra ele”, destacou o delegado, explicando que, por enquanto, o escrivão continua a receber o salário. “Pelo menos até passar pelo procedimento disciplinar”. Este, inclusive, é o terceiro procedimento disciplinar que o mesmo policial responde, os outros dois não têm ligação com vazamento de informações, conforme a polícia.

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