Réu!

Empresário que insistiu em não usar máscara em mercado vira réu após morte de funcionária

Foto: Divulgação.

O empresário Danir Garbossa, 58 anos, virou réu do processo da morte de Sandra Maria Aparecido Ribeiro, fiscal de loja de um hipermercado que foi atingida por um tiro no dia 28 de abril, em Araucária, na região Metropolitana de Curitiba. A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o empresário irá responder por homicídio, lesão corporal e infração de medida sanitária. Já o segurança Willian Soares, responsável pela arma de fogo, teve o processo arquivado. Garbossa segue preso na delegacia da Polícia Civil de Araucária.

Sandra criava sozinha dois filhos adolescentes e, filha única, cuidava também dos pais. Aos amigos, Sandra dizia que tinha medo de ocorrer confusões no supermercado justamente por causa da obrigação do uso de máscara durante a pandemia.

Confusão em supermercado de Araucária por causa de máscara do coronavírus causou a morte de uma mulher. Foto: Marco Charneski / Colaboração

No despacho da juíza Débora Cassiano Redmond, da Vara Criminal de Araucária, as imagens das câmeras de segurança e também depoimentos de testemunhas, apontam que o empresário tentou retirar a arma de fogo do segurança após agredir outros funcionários do hipermercado que pediram para ele colocar uma máscara de proteção no rosto devido a pandemia do novo coronavírus. “Fica exposto que Danir Garbossa não só provocou as agressões físicas que ocasionaram o embate entre ele e Wilhan, como permaneceu sobre o segurança buscando alcançar algo com as mãos mesmo após a efetivação do disparo que atingiu Sandra Ribeiro”, relatou a meritíssima na sua decisão. No depoimento, testemunhas disseram ainda que Danir rinha hálito etílico.

O advogado de defesa de Danir Garbossa, Ygor Salmen, entende que esta decisão já era esperada até pela forma como foi conduzido o processo. Em nota enviada para a imprensa, a defesa relata ainda que o segurança armado atuou de maneira despreparada para quem trabalhava em um estabelecimento comercial com grande rotatividade de pessoas.

O vigilante armado, totalmente despreparado, sem qualquer função dentro de um estabelecimento comercial com grande rotatividade de pessoas e que escolheu o uso de uma arma letal (possuía outras armas não letais), saiu sem qualquer responsabilização criminal. É esse o profissional que vocês querem protegendo suas famílias? Um homem que dispara uma arma de fogo sempre que intimidado? A próxima vítima pode ser você ou algum familiar.

A verdade é que no processo penal não existe vencedor, enquanto alguns buscam o êxito a qualquer custo, do outro lado temos uma família desestruturada e que chora a morte do seu ente querido”, diz a nota.

Defesa do Segurança

O segurança Wilhan Soares, ficou três dias detido, teve o processo arquivado pela juíza que seguiu orientações do Ministério Público, que entendeu que agiu sob legítima defesa no caso do hipermercado. João Luís Vieira Teixeira, advogado da empresa e que defendeu Wilhan comentou que a decisão da juíza foi correta, mas que lamenta que alguém tenha perdido a vida.“Lamentamos que houve a tragédia e reforço sempre que o segurança agiu em legitima defesa e não houve excesso de maneira alguma. Além disto, sempre se colocou à disposição de todos para informar o que ocorreu no dia”, disse Teixeira.


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