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Guardas municipais de Curitiba levam tranquilidade aos postos de vacinação

Guardas Municipais fazem a proteção de equipes de Saúde e de pessoas em postos de Curitiba. Foto: Divulgação / Ricardo Deverson

Assim como boa parte dos servidores da Prefeitura, os guardas municipais nunca trabalharam tanto quanto na pandemia da covid-19. Esses profissionais fazem a proteção das equipes de Saúde na vacinação em instituições e de pessoas acamadas, a escolta na chegada e no transporte de novos lotes de vacinas, o apoio e organização das filas – até com um bom papo para acalmar quem tem medo da picadinha. 

Com essas atividades que se tornaram prioritárias há mais de um ano, diariamente as equipes continuam a fazer orientação à população em parques, praças e eixos estratégicos, além da fiscalização de atividades anticovid (seguindo os decretos municipais vigentes), apoio na distribuição dos kits alimentação à rede municipal de ensino e apoio nos hospitais Evangélico, Trabalhador, Erasto Gaertner e Cajuru. 

“Esse serviços são gratificantes para as equipes que, durante toda a pandemia, não puderam ficar em casa e continuaram, de forma ininterrupta, a prestar o apoio necessário à população na contenção do avanço da covid-19”, destaca o comandante da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior. 

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Trabalho este que colocou a Guarda Municipal em evidência no momento em que a corporação celebra 35 anos de existência. Só as orientações, desde o início do ano, foram feitas em 16,8 mil locais, abrangendo 87,6 mil pessoas. Em 2020 foram outras cerca de 323 mil pessoas orientadas e mais de 21 mil locais visitados desde o início da pandemia.

Auxílio na vacinação

Presente em todos os pontos de vacinação contra a covid-19, os guardas relembram a rotina de atendimento, principalmente, à população idosa. É o caso do guarda municipal Kauê Gustavo Machado da Silva.

“O sentimento que tenho no serviço que nos foi dado é de gratidão por poder ajudar as pessoas e proporcionar um maior senso de segurança. Estar ao lado da população com os profissionais de saúde é uma experiência incrível”, compartilha o guarda Kauê.

Ele lembra de conversar com os idosos na primeira etapa da vacinação, feita em sistema drive-thru. Com os colegas, ajudou na transferência de energia para carros que apresentaram problemas enquanto aguardavam. “Há uma troca de experiência e de histórias quando você fica conversando para tentar acalmar e explicar os procedimentos”, acrescenta.

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Conversar e tranquilizar a população idosa na fila da vacinação também fez parte da rotina do guarda Lucas Mario Gonçalves Dalpra, que auxiliou no drive-thru do Boa Vista. “É um trabalho cansativo, mas muito satisfatório. Procuro sempre dialogar e ter bom humor para quebrar, muitas vezes, aquela angústia. Procuramos tornar aquele momento o mais leve possível”, conta Dalpra.

Também atuando no Boa Vista, o GM Valdemir Mateus é morador do bairro e destaca essa integração com a comunidade local. “Trabalhamos no local onde conheço muita gente. O pessoal passa e conhece você pelo nome, sabe o trabalho que você desempenha. É algo que te dá credibilidade e você se sente satisfeito servindo ao público, a nossa função essencial”.

O GM João Lenon Dias Meira, que atua no Portão, destaca a admiração das crianças. “Receber esse feedback faz com que o trabalho se renove a cada dia, principalmente quando vem das crianças. Não tem sensação melhor do que ser abordado por uma criança na rua e ela chegar até você e falar “obrigada por cuidarem da gente.”

Guardas presentes na escolta de vacinas

“A sensação é de que estamos levando mais vida para as pessoas.” Assim Thiago Santo Frasson define o trabalho de apoio da Guarda Municipal na vacinação aos acamados e instituições de saúde.

“A vizinhança, ao observar as viaturas e o guarda parado na frente, logo vem perguntar se aconteceu algo. Quando informamos que estamos escoltando a vacina, a reação é de alegria e de agradecimento. Dentro da residência, nos recebem com muita cordialidade. Sentimos no ar a esperança de que esta fase vai passar”, conta o GM Frasson. 

Resistência à fiscalização

Outro trabalho da GM que se tornou fundamental para conter o avanço do coronavírus é o de coibir aglomerações e cobrar a utilização correta de máscaras de proteção – duas medidas eficazes no combate à covid-19.

Na linha de frente, muitas vezes os guardas encontram resistências.

“Algumas pessoas negam a existência do vírus ou acham muita austeridade ter que usar máscara, não fazer parte de aglomerações. As medidas vieram porque se fizeram necessárias”, argumenta o guarda municipal Vagner Bastos, integrante do Grupo Tático de Motos (GTM).

Ele lembra que os guardas também perderam companheiros de trabalho para a covid-19 e que tiveram que abrir mão de ver familiares. “Minha família mora em Santa Catarina e eu fico de seis a sete meses sem poder vê-los porque posso ser um vetor de transmissão, mesmo usando luvas, máscaras e álcool em gel no trabalho. É preciso que a população veja o guarda municipal ou o agente de fiscalização da Prefeitura como um ser humano que está trabalhando em prol de todos.”

Da mesma forma que Bastos, a guarda Anna Christina Kuipers tem família fora de Curitiba e passou meses sem visitá-los. “A gente está num estado de emergência, então o pessoal precisa ter mais consciência e preocupação com as pessoas que estão em volta e saber que esse vírus não é brincadeira”, diz ela.