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Discussão por som alto termina em assassinato em Curitiba

Uma briga de vizinhos, por causa de som alto, acabou em morte no final da tarde deste domingo (20), num condomínio residencial da Rua Elbe Pospissil, no Juvevê, em Curitiba. Revoltado com o barulho, o empresário Antônio Humia Dorrio, de 49 anos, discutiu com o engenheiro Douglas Regis Junkes, de 36, e atirou três vezes. Ele foi preso enquanto era atendido no Hospital Cajuru.

A confusão aconteceu depois que Antônio foi até o apartamento de Douglas pedir que ele abaixasse o som. “Ele disse que foi duas vezes. Na primeira, contou que o homem foi agressivo e não aceitou diminuir o volume, dizendo que no apartamento dele quem mandava era ele. Quando foi pela segunda vez, se armou e aconteceu a tragédia”, explicou o delegado Fábio Machado dos Santos, da Central de Flagrantes.

Aos policiais, Antônio contou que, por saber que Douglas o trataria com agressividade, pegou o revólver calibre 38 que mantinha em casa. “Ele contou que os dois discutiram, a vítima viu que ele estava armado e tentou tirar a arma da cintura. Nisso, entraram em luta corporal, Douglas disparou contra o braço dele e ele atirou três vezes, matando o homem na hora”, disse o delegado.

Depois do crime, Antônio voltou para seu apartamento, deixou a arma e saiu do imóvel. “Ligou para a namorada dizendo o que tinha acontecido e falou que iria até o hospital procurar atendimento médico. Quando as equipes da Polícia Militar (PM) chegaram, souberam que ele estava no hospital e o prenderam lá”.

Douglas levou três tiros. Foto: Reprodução/Facebook.
Douglas levou três tiros. Foto: Reprodução/Facebook.

Conflito antigo

Douglas morava sozinho num apartamento do quarto andar, enquanto Antônio vivia num imóvel do quinto andar. Segundo o delegado, o homem disse aos policiais que o vizinho vinha incomodando há mais de seis meses e que nenhuma das reclamações surtiu efeito. “Ele disse que em todas as vezes que tentou conversar com o homem, ele foi agressivo e não se mostrou disposto a resolver a situação. Dizia que na casa dele quem mandava era ele”.

A arma usada no crime, conforme informou o delegado, era registrada. “Mas ele não podia sair de casa com ela. Por isso já cometeu um crime”, explicou Fábio Machado. Além do revólver calibre 38 usado para atirar contra o vizinho, os policiais militares também encontraram outra arma, uma pistola calibre 32, essa sem registro. Ele foi autuado por homicídio qualificado e porte de arma de fogo.

Por estar ferido, o delegado disse que já espera a audiência de custódia para que seja definido, o quanto antes, o futuro de Antônio. Provavelmente, conforme avaliação do delegado, o homem seja transferido para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O advogado do homem foi procurado pela reportagem e disse que ainda avalia como vai se pronunciar sobre a situação.

Fica o alerta

Para o delegado, o crime serve como um grande alerta às outras pessoas que enfrentam problemas com vizinhos. “Nesse caso, podemos dizer que os dois erraram, um porque estressou o vizinho, desobedecendo a uma regra de convivência, e o outro, porque perdeu a cabeça, não tinha condições de estar com uma arma de fogo e estava com essa arma. Por isso que eu digo sempre que, com o crime, todos perdem”.

A orientação é de chamar a Polícia Militar (PM), ou até mesmo a Guarda Municipal (GM), quantas vezes for preciso. “Nesse caso, se houvesse o bom senso, nada disso teria acontecido. Agindo com cuidado e pelos meios corretos, a pessoa vai responder pela situação. Você também pode procurar o sindico do condomínio e explicar o que está acontecendo. Jamais tome atitude por si só. Existe um meio civilizado de resolver isso e não um meio violento. A violência não leva a nada e sempre prejudica a sociedade”.

https://www.tribunapr.com.br/noticias/curitiba-regiao/cameras-de-seguranca-gravam-sumico-de-andriele-goncalves/