Madeira!

Derrubada de centenas de araucárias chama a atenção na região de Curitiba

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

A derrubada de um grande número de araucárias em três propriedades rurais de Almirante Tamandaré, na Grande Curitiba, chamou a atenção da população do município na primeira semana deste mês de maio. Denúncias do corte das árvores chegaram à prefeitura e ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), depois que moradores perceberam a movimentação de máquinas arrancando as araucárias pela raiz. A propriedade fica na localidade Jardim Silvana, próxima da Casa do Agricultor, com a entrada principal a Rua dos Pinheiros, na altura do número 680. Cerca de mais de 100 árvores teriam sido derrubadas e as denúncias indicariam que não havia autorização para isso.

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No entanto, em contato com o IAP e com a prefeitura a reportagem apurou que uma licença para a colheita da madeira das araucárias tramitou em dezembro de 2018, com a liberação do corte. Segundo o IAP, foram emitidas três autorizações florestais para colheita da madeira em áreas contíguas, que têm matrículas de terreno diferentes, mas pertencem ao mesmo local. A vistoria para a emissão da autorização foi realizada por dois engenheiros do órgão.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

“Foi constatado pelo IAP que havia um laudo florestal, emitido por um engenheiro contratado pelo proprietário, apontando que as araucárias foram plantadas em linha, por isso elas poderiam ser extraídas. Portanto, o que houve não foi uma derrubada de araucárias, mas a colheita da madeira, que é permitida nesses casos”, explicou Lucas Umbria, chefe regional do IAP, que voltou a fazer uma vistoria ao local na tarde desta segunda-feira (6), mas não notou nenhuma irregularidade.

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Ainda segundo Umbria, houve uma comoção na região por causa do corte das árvores, que, para ele, não é algo muito agradável de se ver, porém o laudo do tipo de plantação das araucárias em linha foi constatado. O chefe regional do IAP diz que há dois tipos de plantio para serem levados em conta nas análises: o plantio cruzado e o plantio em linha. “O plantio cruzado dá mais abrangência da copa das árvores na área plantada e espessura dos troncos. Já o plantio em linha ganha em quantidade. Por ter sido feito em linha, o corte é permitido. E por ser plantio, não se considera o trabalho de retirada como corte de vegetação, e sim, como colheita da madeira”, aponta.

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Para o IAP, o corte de araucárias é permitido em alguns casos. “Quando há um pedido de utilidade pública ou interesse social, quando há risco de queda e, no terceiro caso, a colheita do plantio”, afirma Lucas Umbria. “O terceiro caso é o mais comum de ocorrer, mas ele é feito em áreas isoladas, quase ninguém vê. No caso de Tamandaré, a área citada está mais próxima do meio urbano e isso pode ter incentivado as denúncias”.

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Outros tipos de projeto que envolvam o corte de araucárias não permitem o corte, por exemplo, os pedidos de extração para a construção de uma empresa ou fábrica que abrangem árvores nativas. “Não era o caso dessa área. Foi analisado somente o pedido de colheita. Não temos registro de pedido de corte para empreendimentos no local. Pode ser que no futuro apareça, mas, no momento, não há nada nesse sentido”, finaliza Lucas Umbria.

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A prefeitura de Almirante Tamandaré revelou que foi até o local para fiscalizar a ação que ocorria na propriedade, após receber a informação sobre as araucárias. Como havia a autorização para a derrubada, o proprietário não foi autuado.

Antes do fechamento da matéria, a reportagem tentou contato telefônico com o proprietário dos terrenos, mas não obteve sucesso. Na tarde de sexta-feira (3), pela cerca das propriedades, de onde foram produzidas as fotos da reportagem, era possível ver os troncos das árvores armazenados pelo terreno.

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