Protocolo único

Curitiba e região metropolitana vão tomar decisões conjuntas para frear a pandemia

Lotação dos ônibus é um dos motivos que levou Curitiba e cidades vizinhas a adotar protocolos únicos no combate ao coronavírua. Foto: Gerson klaina / Tribuna do Paraná

Curitiba e as cidades da região metropolitana (RMC) terão um protocolo único de enfrentamento da pandemia de coronavírus. As regras serão anunciadas pelo governo do Paraná sexta-feira (19), após Curitiba chegar a 85% de ocupação dos leitos de UTI. Este índice levou a médica infectologista Marion Burguer da Secretaria Municipal de Saúde a afirmar que se não houver mudança no comportamento da população, as vagas de UTI vão acabar em duas semanas.

A principal medida na ação conjunta entre capital e RMC será a formatação de uma tabela de horários de atividades comerciais, industriais e de serviços, que devem reduzir as aglomerações de passageiros nos ônibus. Além disso, a capital e os municípios vizinhos tomarão medidas conjuntas de permissão ou proibição de atividades comerciais, sociais e religiosas, conforme o avanço do coronavírus.

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A decisão foi tomada em reunião por videoconferência do governador Ratinho Jr com os prefeitos de Curitiba e cidades da região. “Temos que cadenciar as decisões para chegar ao final dessa maratona. Curitiba sozinha não vai suportar toda a demanda por conta da relação comercial dos municípios vizinhos com a capital. Não adianta Curitiba fechar e os outros municípios não”, avaliou o governador à Agência Estadual de Notícias. “Temos um grande problema no transporte público, queremos diminuir a circulação nessa região. Os municípios têm que nos ajudar a tomar uma decisão conjunta”, complementou Ratinho Jr.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, afirma que as medidas conjuntas podem ajudar a diminuir a possibilidade de lockdown, quando todas as atividades menos as essenciais ficam proibidas. “Todos nós, prefeitos, decidimos ser parceiros e ouvir as recomendações do governador, para poupar a nossa região e o nosso Paraná da grave emergência sanitária que nos empurra para um lockdown, que nenhum de nós deseja”, afirmou o prefeito de Curitiba Rafael Greca ao site da prefeitura.

Também estão em estudo outras medidas a serem implantadas em Curitiba e região metropolitanas. Segundo o governo do estado, estão sendo avaliados o fechamento dos shopping nos finais de semana; a proibição do ingresso de crianças menores de 12 anos em supermercados; o reforço na orientação de isolamento social para idosos com mais de 60 anos; a proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas ruas depois das 22 horas; e a proibição de aglomerações em pátios de postos de combustíveis, praças e parques.

Ônibus preocupam

Em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná segunda-feira (15), em que admitiu a possibilidade de lockdown regional, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, já havia demonstrado preocupação com os ônibus. Tanto que ele disse que seria necessário criar ainda nesta semana um escalonamento de horários de trabalho.

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“Tomamos a medida de manter as aulas interrompidas e temos ônibus com lotação acima do normal”, disse o secretário em entrevista. “Temos o esforço de muitos paranaenses com seus filhos sem aula, mas ao mesmo tempo as pessoas continuam se aglomerando em horário de pico no transporte, com os ônibus muitas vezes com o número maior de passageiros que deveria ter”, finalizou Beto Preto.

Desde segunda-feira, os ônibus de Curitiba circulam com 50% da capacidade de lotação. A mesma medida foi tomada nos ônibus da região metropolitana. Em Curitiba, as linhas expressa e ligeirinho devem sair dos terminais com 30% da capacidade para ao longo do trajeto alcançar 50%. Mesmo assim, a maioria das linhas registrava lotação.


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