Há cerca de dez anos, os fundos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Vila Vitória, no Sítio Cercado, começaram a se transformar em uma cracolândia. Usuários de droga passaram a ocupar a creche, que fica ao lado de uma pracinha e num fundo de vale. Ergueram uma série de casebres que eram utilizados em longas jornadas para uso de entorpecentes. “Era um lugar sinistro”, conta o administrador Regional Bairro Novo, Fernando Werneck Bonfim. “E uma reclamação antiga da população.”

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Em 7 de fevereiro, poucos dias após o início da atual gestão, a Regional se organizou e, em ação conjunta da Guarda Municipal, Fundação de Ação Social (FAS), Meio Ambiente e dos funcionários da Rua da Cidadania, promoveu a remoção de 20 toneladas de entulhos levados para lá pelas pessoas que frequentavam o local – 61 naquela dia.

Desde então, a pracinha recebe visitas diárias da Guarda Municipal. Usuários de droga que procuraram voltar nos dias subsequentes à ação não encontraram ambiente favorável. A desocupação resiste – e o lugar voltou a ser o que era.

Segundo Werneck, essa foi a ação mais importante realizada pela Regional neste início de gestão. Ele se apressa em dizer que há muita coisa a ser feita numa área que é a ocupação urbana mais recente de Curitiba. “Não fizemos ainda nem 1% do que precisamos fazer; estamos só no começo”, afirma.

Foto: Divulgação/SMCS.
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Determinação do prefeito
Com ações simples, completa ele, a Regional vem conseguindo cumprir a orientação do prefeito Rafael Greca em atender com atenção as principais demandas a população. E uma delas é a segurança do Bairro Novo.

O inspetor Jonas, que trabalha no núcleo da Guarda Municipal da Regional, teve a ideia de criar um “disque segurança” informal, como forma de ampliar as rondas. O funcionamento é muito simples e consiste em alertas feitos pelas equipes de outras áreas que circulam pelo bairros da região.

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Assim, se uma equipe de Saúde, Educação, Esporte, Meio Ambiente, da Urbs, da FAS ou do Abastecimento está na rua e nota algum movimento suspeito, aciona o telefone da guarda, que se desloca para dar o encaminhamento adequado. “Eles já saem para fazer uma ronda mais focada”, diz Werneck. “Tem funcionado bem.”

Responsável pela coordenação das administrações regionais, o secretário de Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, destaca que este tipo de iniciativa é fundamental para os administradores regionais – eles são os responsáveis por gerenciar as demandas e aplicar as políticas de gestão da prefeitura nos bairros.  “Há muita coisa que pode ser feita com sensibilidade para entender o problema e criatividade para resolvê-lo”, afirma.

Estrutura
A região do Bairro Novo tem urbanização mais recente e muitos casos de construções feitas sem a devida regularização. De acordo com Werneck, um dos esforços atuais é melhorar essa situação, que no caso dos imóveis comerciais inviabiliza a emissão de alvará.

A Regional vem orientando os proprietários sobre a melhor forma de resolver as pendências nos órgãos municipais, conta ele.

Além dessas ações, os três bairros de abrangência da Regional – Sítio Cercado, Ganchinho e Umbará – vêm recebendo manutenção de vias e áreas públicas. Como no resto da cidade, há muita demanda reprimida.

A região abriga a maior extensão de ruas de saibro da capital. São 44 quilômetros, segundo Werneck, de uma malha viária total de aproximadamente 200 quilômetros.

Do início de janeiro até a primeira quinzena de fevereiro, foi feita manutenção em 21 quilômetros de vias dos bairros – a maior parte (18 quilômetros) em ruas de saibro.

As equipes também fizeram roçada, baixando o mato alto, em 141 mil metros quadrados de área, além de limpeza em 180 caixas de captação de água da chuva e 850 metros de desobstrução de galerias pluviais – trabalho importante para evitar alagamentos.

Nome da vila
Um curiosidade sobre a regional é que ela leva o nome da Vila Bairro Novo, que fica no Sítio Cercado, explica Werneck.  Entre as dez regionais da cidade é o único caso de uma região de bairro batizar a Regional.