O Depois de mais de 15 horas de buscas, o corpo de Tayná Adriane da Silva, 14 anos, foi encontrado, na tarde de sexta-feira (28), dentro de um poço em um terreno baldio de 20 mil metros quadrados, na Rua Presidente Faria, bairro São Dimas, em Colombo, ao lado do parque de diversões destruído na noite de quinta-feira (27). Ela havia desaparecido na terça-feira (25).

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Três funcionários do parque foram presos anteontem, com um cúmplice, e confessaram ter abusado e matado a garota, estrangulada com um cadarço. O trio passou a manhã de ontem com policiais e familiares de Tayná, procurando o corpo naquele terreno. Por vezes, os suspeitos indicaram locais onde não havia nada. Por volta das 16h, o corpo foi encontrado por populares.

“Ela foi jogada dentro do poço, devidamente vestida. Se houve abuso sexual, eles a vestiram antes de se livrar do corpo. A bolsa dela foi encontrada a cerca de 200 metros do local. Dos vários pertences que a família afirma que ela carregava, foi encontrada somente a carteira de trabalho”, disse a perita criminal Jussara Joeckel.

Tayná era manicure num salão do bairro. Quando a viatura do Instituto Médico-Legal levou o corpo, a multidão que acompanhava, enfurecida, o trabalho da polícia, aplaudiu. Em seguida, fecharam a Estrada da Ribeira com barricadas em chamas. O trânsito ficou bastante complicado no local.

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Presos

Adriano Batista, 23 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, Sérgio Amorin da Silva Filho, 22, e Ezequiel Batista, da mesma idade, foram presos por investigadores da delegacia do Alto Maracanã na tarde de quinta-feira. Em depoimento, Adriano, Sérgio e Paulo confessaram que estupraram a jovem.

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Adriano e Sérgio acusam Paulo de ter asfixiou a adolescente. Porém, Paulo aponta Sérgio como o assassino. Os três afirmam que Ezequiel não teve envolvimento com o crime. A polícia, entretanto, tem indícios que ele sabia do homicídio e não denunciou. No dormitório deles, no parque, os policiais apreenderam duas armas falsas, uma pistola e um revólver, e a faca usada para ameaçar Tayná. Adriano, Paulo e Ezequiel não tinham antecedentes criminais.

Parecido

Além deste estupro e homicídio, Sérgio confessou ter matado Vânia Rodrigues França, 29 anos, em abril do ano passado, em Guaratuba, com um amigo. “Acabou a maconha e fomos roubar para comprar mais. Eu abordei e esfaqueei ela. O meu amigo foi quem estuprou-a depois de morta”, afirma. Na época, a polícia prendeu o cunhado de Vânia, José Carlos Alegre, 49 anos. Não havia indício de envolvimento de outra pessoa no crime.

Pega na volta pra casa, ao passar pelo parque

O parque de diversões passou um período na Cidade Industrial e estava em Colombo há pouco mais de um mês. Adriano, Paulo e Sérgio viam Tayná passar todos os dias a caminho da escola, acompanhada de uma amiga, e voltar sozinha. Apesar de ter apenas 47 quilos e ser bem pequena, ela era uma garota muito bonita e chamava a atenção.

As imagens das câmeras de segurança de empresas nas proximidades mostram Tayná, na terça-feira, por volta das 20h30, passar sozinha na direção do parque. Nas imagens da outra câmera, algumas quadras abaixo, ela não aparece. A garota mandou uma mensagem no celular da mãe, dizendo que já estava chegando em casa e sumiu.

Vizinhos garantem que viram um deles tentando abordar a menina na semana passada, mas ela atravessou a rua, ignorando-o. Paulo e Sérgio, entretanto, dizem que Tayná foi sozinha ao parque, na terça-feira, porque tinha interesse em “ficar” com um d,eles. A polícia não acredita nesta versão.

As investigações apontam que Tayná voltava da casa de uma amiga quando foi abordada por Sérgio, armado de faca. Ela foi levada para o matagal próximo ao parque e estuprada por Sérgio e Adriano.

Cadarço

Quando Paulo foi estuprá-la, ela já estava totalmente nua e se debateu mais. A polícia acredita que Sérgio a segurou pelo pescoço, enquanto Paulo cometia o abuso. Depois de vestida novamente, a jovem teria sido morta como cadarço da própria bota.

Os detidos dizem que, no dia seguinte, por volta das 14h30, Paulo e Sérgio “estupraram” o cadáver, duas vezes cada um, depois esconderam o corpo no poço.

Maníacos brincam com a polícia

Logo após a prisão dos suspeitos, no início da tarde de quinta-feira, começaram as buscas pelo corpo. Enquanto Sérgio, Paulo, Adriano e Ezequiel eram ouvidos na delegacia, familiares e amigos da garota, revoltados, destruíram o parque. A Polícia Militar precisou utilizar bombas de efeito moral no fim da noite para dispersar a população.

Na manhã de ontem, três dos presos foram levados quatro vezes até o terreno para indicar onde estava o corpo da menina. Algumas vezes juntos, outras vezes separados, eles sempre indicavam o lugar errado. Sérgio agia como se não soubesse onde estava o cadáver. Adriano fazia expressão de irritação para Paulo, como se pedisse para ele contar a verdade. Paulo alisava a terra com os pés, fingindo estar procurando alguma coisa toda vez que era pressionado pelos policiais.

Proteção

Para tirar os suspeitos e colocá-los na viatura, foi necessária uma operação policial. Até os familiares de Tayná, em um sinal de extrema lucidez apesar da dor da perda, mediaram a situação de conflito, pedindo para que a população se afastasse e não agredisse os presos, para que eles dissessem onde estava o corpo.

Com os olhos inchados e os pés já descalços no banhado, as irmãs, a mãe e o padrinho de Tayná não descansaram até o corpo ser encontrado. Por alguns momentos, quando os presos insistiam em não colaborar, eles desabafaram a gritos: “Na hora de fazer vocês sabiam onde era!”.

Só um tinha passagem

Adriano é um rapaz baixo e calmo. É o mais novo funcionário do parque; trabalha lá há cinco meses. De acordo com os comparsas, não foi ele quem atraiu a garota nem quem a matou. Ele foi apenas mais um que aproveitou-se da vulnerabilidade de Tayná na hora de cometer o abuso sexual.

Paulo é o funcionário mais antigo e mente muito. Disse que cometeu o crime porque estava bêbado, porque tinha ingerido muito vinho e depois voltou atrás, dizendo que bebeu vinho apenas no domingo e que no dia do crime estava sóbrio. Mudou a versão também sobre outros detalhes do assassinato. Sobre o momento em que Tayná morreu ele não fala. Repete insistentemente, apenas, que todos participaram de tudo o que aconteceu.

Reincidente

Sérgio, segundo a polícia, foi quem premeditou o estupro e deu as ordens. “Sou homem para assumir meus erros”, diz com insistência, toda vez que conta mais detalhes sobre a morte de Tayná ou de Vânia. A polícia ressaltou que o dono do parque não tem nada a ver com o crime.

Aliocha Maurício
Polícia levou os criminosos até o mato onde violentaram e mataram Tayná, mas o corpo da menina ainda não foi localizado.

Confira na galeria de fotos a destruição do parque de diversões, galeria de fotos a busca e o encontro do corpo e no vídeo a busca pelo corpo.