Coral do Palácio Avenida ganha defesa na internet

A polêmica envolvendo a apresentação de Natal no Palácio Avenida foi parar nas redes sociais. Usuários do Facebook e do Twitter criticaram a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sobre a participação das crianças no coral promovido pelo Banco HSBC e pelo Instituto HSBC Solidariedade.

Por meio de fotos e comentários, os usuários das redes sociais citam outras ocasiões em que os direitos das crianças e dos adolescentes são violados, como a situação de rua e o tráfico de drogas, por exemplo, e comparam com a participação no evento. “Não permita que acabem com o coral infantil do Palácio Avenida”, diz uma das fotos compartilhadas no Facebook. Uma petição online foi criada, contrária à proibição das crianças nas apresentações.

Alguns políticos também se manifestaram sobre o assunto, como o deputado estadual Stephanes Junior (PMDB), afirmando que a apresentação é “excelente para a cidade, para os turistas e principalmente para as crianças” que participam do coral. Já o candidato à prefeitura, Rafael Greca (PMDB), publicou em sua página do Facebook que a situação “soa como perseguição política”.

Revezamento

Apesar da mobilização contrária à investigação, a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, ressalta que não há intenção de acabar com o evento, mas garantir melhores condições às crianças que participam do coral. “Não existe a ideia que o espetáculo acabe”, explicou. O banco descartou a realização do coral de Natal sem as crianças e desta forma foi sugerido o aumento no número de participantes e o revezamento entre eles, para diminuir a quantidade de apresentações individuais.

Procuradora aponta cansaço

A investigação começou no final do ano passado, motivada por denúncia de educadores de uma das instituições atendidas pelo projeto que constatou situações, na avaliação dos órgãos, não deveriam acontecer, desde a alimentação ao excesso de horas para ensaio e apresentações. “Percebemos cansaço nas crianças e exigência de profissionalismo. Não era uma atividade lúdica”, conta a procuradora Margaret Matos de Carvalho.

Além disso, a procuradora questionou o fato de apenas 40 crianças fazerem parte do coral efetivo, deixando as demais como figurantes no evento. De acordo com ela, é preciso que todas participem de aulas de canto e de música, desenvolvendo suas potencialidades artísticas. Por meio de nota divulgada no Facebook, ressaltou que estar contra a atuação dos dois órgãos é estar de acordo com a violação dos direitos das crianças. “Como é o Natal destas crianças? É mágico como se apresenta o coral perante os olhos do público?”, questiona. As discussões continuam na próxima semana, quando o MPT e o MTE se reúnem mais uma vez com o HSBC para decidir as adequações no evento.