Conscientização

Contra o preconceito, mães participam de “mamaço” no Jardim Botânico

Mamaço reuniu mais de 50 mães no Jardim Botânico. Foto: Felipe Rosa
Mamaço reuniu mais de 50 mães no Jardim Botânico. Foto: Felipe Rosa

Um gesto tão simples e natural, mas que muitas vezes acaba sendo alvo de preconceito. Assim pode ser definida a amamentação. Pensando nisso e em uma forma de desmitificar o assunto que, neste domingo (6), mais de 50 mães participaram de um grande “mamaço” no Jardim Botânico, principal ponto turístico de Curitiba.

Famílias se reuniram no gramado do parque mais conhecido da capital. Foto: Felipe Rosa.
Famílias se reuniram no gramado do parque mais conhecido da capital. Foto: Felipe Rosa.

A ação, organizada pela Secretaria Municipal de Saúde, buscou incentivar o aleitamento materno e conscientizar a sociedade sobre a importância de disso. “Porque as mulheres precisam entender que o ato de amamentar só traz benefícios, pra elas e para as crianças também”, definiu Claudete Texeira Krause Closs, médica e coordenadora do Programa de Aleitamento Materno (Proama).

Segundo a médica pediatra, o fato de continuar a amamentação de um filho por, pelo menos, seis meses faz com que as mães evitem ter câncer de útero e outras doenças que afetam as mulheres. “Já para as crianças, o benefício é ainda maior, porque além de evitar uma série de doenças, faz com que os pequenos cresçam mais saudáveis e o melhor: de uma forma natural”.

Conscientização

Estatísticas mundiais dão conta de que apenas 35% das mães amamentam os filhos por um longo período. “Às vezes isso acontece por um outro motivo, cada caso é um caso, mas quase sempre se dá por desinformação e também pela falta de falarmos no assunto”, explicou Claudete.

Em 2017, o tema da campanha mundial de amamentação é “Ninguém Pode Fazer por Você. Todos Podem Fazer Junto com Você” e, segundo a coordenadora do Proama, é preciso que haja envolvimento não só das mães, mas também de toda a sociedade. “Desde o pai, a família, os pediatras, os locais de trabalho, todos têm responsabilidade em fazer com que mamar seja obrigatório e que a mãe tenha apoio a oferecer o peito em livre demanda”.

Rubia tem três filhos e dois deles mamaram até um ano. Foto: Felipe Rosa.
Rubia tem três filhos e dois deles mamaram até um ano. Foto: Felipe Rosa.

Simples, mas importante

A nutricionista e professora Rubia Carla Giordani, 42 anos, tem três filhos e dois deles amamentaram até um ano. O pequeno Joaquim, de quatro meses, é seu terceiro filho e ela disse que deve seguir o mesmo padrão. “Os meus outros dois, uma de 10 e o outro de 16, só pararam porque quiseram. E assim eu também quero que seja com o mais novo. Algo natural, simples, mas que continua sendo muito importante”.

Para ela, é importante que o ato de amamentar seja desmitificado e, principalmente, humanizado. “As pessoas ainda têm muito preconceito. Se pararmos para pensar, é algo tão natural, que todos nós passamos um dia, não há sentido algum julgar. Infelizmente, o corpo da mulher ainda é muito sexualizado, mas isso é questão de falarmos sobre o assunto cada vez mais”.

"Amamentar traz inúmeros benefícios", define Fabiola. Foto: Felipe Rosa.
“Amamentar traz inúmeros benefícios”, define Fabiola. Foto: Felipe Rosa.

Fabiola Benetti, 27, já tem dois filhos e o primeiro deles, que hoje tem 4 anos, mamou até pouco tempo. “O Joaquim continuou mamando até os três anos e parou porque quis. Agora, com minha filha de um ano e nove meses, continuo com a mesma decisão: ela define quando quer parar”.

De acordo com a jovem mãe, a dica para as outras mulheres é também pensar em sua própria decisão. “É importante que haja respeito e cumplicidade. Porque o ato de amamentar só traz vantagens e a gente percebe enquanto põe em prática”, alerta.