Moradores do centro-leste de Curitiba – que engloba bairros como Alto da Glória, Alto da XV, Cristo Rei, Hugo Lange e Juvevê – têm se mostrado bastante preocupados com a quantidade de alagamentos que a região têm sofrido, especialmente no último trimestre.

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A região se trata de um fundo de vale – ponto mais baixo entre dois relevos – o que gera grande acúmulo de água, já que abriga três córregos que descem canalizados do alto da Avenida Nossa Senhora da Luz e desaguam no Rio Juvevê, correndo sob a Rua Schiller.

Com as fortes chuvas que assolaram a capital no início deste ano, os problemas se intensificaram. No mês de fevereiro, somente até esta quinta-feira (19), as chuvas já acumulavam 143,6mm, cerca de 30% a mais que o mesmo período no ano passado.

Além das chuvas, outros fatores tornam a região propícia para alagamentos. As linhas de ônibus que passam pelo local fazem com que a rua entre em desnível, acumulando ainda mais água nas vias e sobrecarregando as galerias de escoamento.

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Projeto de drenagem x Projeto binário

A Câmara Municipal aprovou, em outubro, um projeto de lei que autoriza a Prefeitura de Curitiba a investir cerca de R$ 9,5 milhões na implantação do binário Ahú/Jardim Botânico, que deve incluir o trecho entre as ruas Camões e Germano Mayer, ponto de alagamento mais crítico da região.

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O intuito é facilitar o fluxo de trânsito de automóveis e redistribuir os veículos na cidade. O problema é que, segundo os moradores, o projeto prevê a retirada de cerca de 1,5m de calçada em cada lado da rua, diminuindo os recuos com grama, que ajudam a escoar a água nas vias.

O trecho se encontra sobre o Rio Juvevê, que transborda em dias de chuva com toda a água que desce pelos córregos e pelas galerias pluviais. Na maior parte das vezes, o acúmulo faz com que a mesma coisa aconteça nas proximidades da Rodoferroviária, na altura do Rio Belém, onde o Rio Juvevê deságua.

Maria Cristina, moradora do bairro Uberaba e leitora do Paraná Online, enviou imagens que mostram o descaso da Prefeitura com relação à ponte sobre o Rio Belém, na Rua Rodolfo Bernardelli. Por cima, a ponte recebe o alto fluxo de carros e pedestres que vêm das avenidas das Torres e Salgado Filho e, por baixo, a água acumulada do Rio Juvevê.

Nas imagens, é possível ver que a parte responsável pelo escoamento não recebe a manutenção devida, além de a grade de proteção aos pedestres estar completamente destruída, provocando risco à população. Segundo Maria, já foram feitas “várias reclamações no 156, mas até agora, nada”.

IPPUC

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) – que, curiosamente, está a menos de 1 quilômetro do ponto mais crítico dos alagamentos – uma reunião pública foi realizada com a comunidade, no dia 29 de janeiro, a fim de esclarecer o Plano Diretor de Drenagem de Curitiba, que prevê as obras de contenção de enchente na Rua Camões e arredores.

Com relação aos alargamentos de pista, o IPPUC esclarece que a Rua Camões deve sofrer alargamento de 2 metros para o lado esquerdo, sentido Cabral, e a Rua Pedre Germano Mayer não sofrerá alargamentos justamente por conta da arborização existente.

O estudo apresentado na reunião pública está disponível no site do IPPUC, na aba “Planos e projetos”, nomeado como “requalificação – ruas camões e pe germano mayer”.

Confira alguns vídeos dos alagamentos na região: