Prato feito mais salgado!

Cesta básica em Curitiba fica 17% mais cara. Arroz, feijão e batata tiveram a maior alta

Prato feito. Foto: Hedeson Alves / arquivo Gazeta do Povo.

O famoso prato feito, com arroz, feijão, bife e batata frita e salada está pesando mais no bolso do consumidor. Dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese, divulgados nesta segunda-feira (11), revelaram que o preço dos alimentos básicos aumentou 17,76% em Curitiba.

A pesquisa levou em conta o preço de 13 diferentes produtos da alimentação básica: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. O cálculo é feito levando-se em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

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Em Curitiba, os três produtos que mais encareceram da cesta básica foram o arroz (65,49%), o feijão (61,48%) e a batata (46,18%). Apenas o açúcar (-1,22%) e o café (-1,20%) ficaram mais baratos em 2020.

Altas que se destacaram em 2020

Ao longo do ano de 2020, o preço médio da carne bovina registrou alta em todas as capitais. Entre os principais motivos, o intenso ritmo de exportação principalmente para a China, a baixa disponibilidade de boi gordo no pasto, a elevação nos preços dos insumos importados de pecuária e aumento no valor da ração dos animais, como milho e farelo de soja.

O leite e a manteiga também tiveram aumento de preços em todas as cidades. Na maioria das capitais, os custos elevados de produção, como os insumos de soja e milho, acabaram encarecendo o produto. Secas extremas e problemas climáticos também colaboraram com a alta dos preços.

Influência da alta do dólar

O arroz agulhinha foi o principal vilão em 2020, não só em Curitiba como nas outras capitais do país. Os motivos que se destacaram foram a desvalorização do real frente ao dólar, o que elevou o custo de produção e também o volume do grão exportado.

Na mesma linha, o preço médio do óleo de soja também pesou bastante no bolso do brasileiro ao longo de 2020. No período de um ano, todas as capitais tiveram aumento no preço desse item.

Com o aumento do dólar, os produtores do grão resolveram exportar um volume elevado de soja e derivados e a forte demanda externa ajudou na alta dos preços.

Também por causa do dólar, o preço médio da farinha de trigo e do pão francês disparou em todas as capitais. Como o Brasil não produz quantidade de trigo suficiente para o consumo interno, a compra do trigo importado – feita em dólar – encareceu o trigo e seus derivados, como o pão.