Levar mais material e não precisar fazer tanto esforço para carregar tudo. É o que Osmar Ferreira e Terezinha dos Santos de Lima vão poder fazer daqui a alguns dias com um carrinho elétrico, que vai ser utilizado nas andanças para coletar material reciclável pelas ruas de Curitiba.
“Carregava no máximo 200 quilos. E agora vou poder carregar 400 quilos. Então vamos poder ganhar mais. Ou podemos fazer mais viagens porque fica bem mais fácil para carregar”, conta Osmar Ferreira, 71 anos, que atua como coletor na Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Protetores do Meio Ambiente. “Com certeza vai ajudar a carregar mais e de maneira mais fácil”, diz Terezinha dos Santos de Lima, da Associação Amar Ebenezer, que faz este tipo de trabalho há 20 anos.
Osmar já fez um “test drive” no carrinho elétrico. De acordo com ele, não é necessário força na hora da condução. E é possível acelerar e frear aos poucos para evitar algum “tranco”. A bateria dura oito horas. E o custo com energia elétrica para a recarga chega a R$ 5 mensais por equipamento. “Vai dar para carregar mais sucata, que é mais pesada do que outros tipos de materiais”, garante Osmar. O carrinho elétrico faz com que o catador não tenha que ser o “motor” do carrinho comum, evitando as lesões em quem trabalha.
Rosângela Ribeiro da Silva, da Associação de Catadores Natureza Livre, acompanhou os profissionais que vão conduzir os carrinhos elétricos. A associação recebeu cinco equipamentos. “Agora é só ter cuidado para manter. Não vamos colocar já os carrinhos na rua porque precisamos de um local adequado para armazená-los”, explica.
No total, 108 catadores foram contemplados ontem com a entrega dos carrinhos elétricos, que faz parte do programa EcoCidadão, desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba com as associações da categoria. Todos os carrinhos estão com autorização para circular e a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) orientou os catadores. Outros 396 equipamentos devem ser entregues até o ano que vem. Os carrinhos elétricos foram adquiridos mediante convênio entre a administração municipal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 26 milhões, a fundo perdido. Com o dinheiro também serão construídos 13 novos parques de recepção e adquiridos novos equipamentos para o projeto EcoCidadão.