Confusão

Candidato a deputado do PT leva tiro de borracha e acusa GM de agressão

O candidato a deputado estadual Renato Almeida (PT) foi baleado duas vezes enquanto panfletava na noite deste domingo (9) na Praça do Redentor, mais conhecida como Praça do Gaúcho, no bairro São Francisco, em Curitiba. O ataque, segundo o próprio candidato, veio pela Guarda Municipal (GM) de Curitiba, que o deteve. Em entrevista à Tribuna do Paraná, Dr. Rosinha, presidente estadual do PT, confirmou a situação e disse que Renato está no Hospital Cajuru com uma equipe da GM.

A informação é a de que Renato estaria na praça quando foi atingido. “Não sabemos ao certo ainda como tudo aconteceu, mas o que foi passado pra gente é que ele estava panfletando, como ele mesmo informou que faria, e foi atingido. Foi detido e encaminhado ao Hospital Cajuru pela própria Guarda Municipal, que o deteve. Vamos esperar ele ser atendido para entender o que aconteceu”, explicou Dr. Rosinha.

No facebook, o candidato fez uma transmissão ao vivo onde, aparentemente de dentro da viatura da GM, fala sobre o ocorrido. “Estou sendo preso aqui pela Guarda Municipal, fui baleado duas vezes por bala de borracha, a queima roupa. Queria que quem estivesse vendo este vídeo lembrasse de pedir as filmagens das câmeras da praça. Estava fazendo panfletagem na praça e a guarda mandou eu sumir da praça. Não fiz nada, só estava panfletando”, disse o rapaz mostrando a mão e dizendo que além deste ferimento também tinha outro nas costas. Veja o vídeo:

Violência sem motivo

Em nota, Dr. Rosinha disse que não teve nenhum motivo para a prisão e nem para a violência policial. O presidente estadual do PT também denunciou que, da mesma forma, na sexta-feira (7), durante o desfile cívico, Edna Dantas, candidata a deputada estadual pelo PT realizava manifestação em prol da libertação do presidente Lula junto a outros militantes do partido e foram agredidos e detidos pela polícia.

“Nos dois casos, a única explicação para a perseguição é que ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais. O que estamos vendo é uma assustadora onda crescente de violência e perseguição a quem se manifesta e luta a favor dos oprimidos”, destacou Rosinha, afirmando que vai pedir e acompanhar o desenrolar das investigações sobre a prisão de Renato. “Estarei solicitando, desde já, apuração sobre desvio de função policial em ambos os casos”.

Em vídeo publicado nesta segunda-feira (10), o próprio candidato explicou em detalhes como foi abordado pela Guarda Municipal, contando que tinha acabado de chegar à Praça do Gaúcho quando foi abordado pelos guardas com violência. Veja o depoimento completo:

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Histórico

Foto: Daniel Castellano.
Renato quando foi preso em 2016. Foto: Daniel Castellano/Arquivo.

Essa não é a primeira vez que Renato se envolve em uma confusão com a Guarda Municipal de Curitiba. Em 2016, quando era candidato a vereador, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o rapaz foi detido pela GM por desacato e perturbação de sossego. Ele estaria ouvindo rap em volume alto, no Centro de Curitiba.

Segundo nota divulgada pela Guarda Municipal, na época, no boletim de ocorrência feito pelos agentes que atuaram na detenção foi informado que os guardas foram acionados por um funcionário da Casa da Leitura da Rua do Rosário. Dessa vez, a GM afirma que a situação se repetiu. Em nota, a Guarda Municipal de Curitiba informou ter sido acionada por moradores do entorno da praça, por volta das 19h.

“Reclamavam de pessoas fazendo racha de veículos, consumindo droga e promovendo perturbação do sossego em espaço público. A Guarda Municipal atendeu ao chamado e precisou usar arma não letal (com bala de borracha) para conter o grupo e para reestabelecer a ordem no local”, disse a nota da GM.

Segundo a GM, Renato estava no grupo que avançou contra os seis guardas municipais e acabou ferido na mão e nas costas. “Ele foi encaminhado para atendimento médico no Hospital Cajuru. Após a liberação médica, vai ser levado à Central de Flagrantes, onde será feito o registro do caso”, finalizou a GM, lembrando que o candidato já tinha sido preso pela Guarda Municipal em 2016.

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