Vai pra corregedoria

Câmara de Curitiba vai apurar uso irregular de carros oficiais por vereadores do PT

Carol Dartora e Renato Freitas, vereadores de Curitiba pelo PT. Foto: reprodução / rede social.

O presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), vereador Tico Kusma (Pros), encaminhou à corregedoria um pedido de apuração de denúncias sobre supostos usos irregulares de veículo oficial. O pedido, segundo nota da Câmara, foi feito com base em informações publicadas nas redes sociais envolvendo carros oficiais de dois vereadores do PT: Renato Freitas e Carol Dartora.

Pelo Facebook, o vereador Denian Couto (Podemos) publicou um vídeo de um suposto flagrante de uso irregular do carro oficial de Carol Dartora (PT). O vereador disse que no último domingo (17), por volta das 15 horas, o carro de uso da vereadora foi encontrado numa estrada na região de Ponta Grossa.

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Na semana anterior, terça-feira (12), o carro oficial utilizado pelo vereador afastado Renato Freitas foi encontrado em região comercial de Curitiba, na área Central. Em vídeo postado no Instagram, o líder do MBL no Paraná João Bettega disse que o vereador estaria utilizando o veículo para fazer compras e passear com a família.

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Pelo Instagram, o vereador Renato Freitas respondeu a acusação do MBL e disse que o caso se trata de fake news. “Isso é uma grande mentira, primeiro porque o carro da Câmara fica com os vereadores na integralidade do tempo, pra ir para casa, para voltar, para fazer agendas, para fiscalizar instituições e principalmente para estar junto à comunidade, às pessoas que mais precisam. E é isso que eu estava fazendo ontem. Eu estava aqui, na Praça Rui Barbosa, junto à população em situação de rua, acolhendo e atendendo as suas demandas, reivindicações. E o carro estava estacionado ao lado da praça. A minha mãe me ligou, disse que estava pelo Centro, eu falei: ‘vem aqui, que a gente vai junto pra casa’. E assim ocorreu”, explicou Freitas.

Renato Freitas ainda explicou que se os vereadores podem utilizar o carro, ele também pode. “Se os vereadores podem levar o carro pra casa, eu também posso. Se eles levam assessores, lideranças, cabos eleitorais e tantas outras pessoas, eu posso levar ao menos a minha mãezinha e a minha filha pra casa”, salientou.

Confira a resposta do vereador na íntegra no vídeo abaixo.

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Denúncias serão encaminhadas para a corregedoria

Sobre os dois casos, o presidente da Câmara disse que as denúncias serão encaminhadas para a corregedoria para apuração. “Seguiremos fazendo a mesma coisa toda vez que surgirem dúvidas ou questionamentos sobre o uso desses veículos. É preciso investigar para esclarecer e, se houver irregularidades, punir”, diz Kuzma.

O presidente salienta que, no final do ano de 2021, a Mesa Diretora decidiu que todos os veículos da CMC deveriam ser identificados. “Isso deu mais transparência e facilitou o acompanhamento do trabalho dos parlamentares”, afirma.

Kuzma também lembra que, para o biênio 2021-2022, a Mesa Diretora decidiu que seus integrantes não iriam utilizar o veículo adicional que cada membro tinha à sua disposição. Outros 12 gabinetes também abdicaram dos veículos. Hoje, são 26 carros à disposição de mandatos parlamentares e 2 para as atividades administrativas da Casa.

O uso dos veículos pelos parlamentares deve se destinar exclusivamente a fins relacionados ao mandato e, ocorrendo o uso em finalidade não relacionada com o atendimento do interesse público, o parlamentar ficará sujeito às sanções do Código de Ética.

E aí, Carol Dartora?

Em nota encaminhada para a Tribuna, a vereadora Carol Dartora (PT) posicionou-se sobre o caso. Veja a resposta na íntegra:

É falsa a alegação de suposto uso irregular do veículo oficial à disposição do meu gabinete. O vídeo que circula nas redes sociais mostra o veículo na rodovia, na região de Ponta Grossa, momento em que retornava de Maringá, onde participei de rodas de diálogo com movimentos populares que represento e para uma troca de experiências em torno das pautas e desafios que enfrentamos em cada cidade, e em todo o estado, como as políticas públicas para as pessoas LGBTQIA+, para a população negra e dos direitos das mulheres, tratando-se, portanto, de atividade estritamente relacionada com o mandato parlamentar. Em razão de ser a primeira mulher negra eleita na história de Curitiba e meu mandato ter aprovado leis de grande impacto social, como cotas nos concursos públicos e prioridade no atendimento de mulheres em situação de violência, e ainda considerando a relevância política da cidade de Curitiba para o estado, a atuação do meu mandato tem proporcionado convites para compartilhar nossas experiências e iniciativas de interesse público. Portanto, as alegações demonstram uma possível tentativa de criminalizar a atividade política, visto que não há nenhuma irregularidade, que é permitido o uso do veículo em todo o estado e que os denunciantes são opositores declarados de pautas e do partido que represento“, diz a nota.