Demissões

Bosch quer cortar 366 vagas em PDV na fábrica de Curitiba

Está em votação desde quarta-feira (10) à tarde, na fábrica da Bosch da Cidade Industrial, um pacote salarial negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). A multinacional – que emprega cerca de 2,1 mil pessoas na produção e no setor administrativo – propôs, entre outras medidas, um plano de demissão voluntária para 366 postos de trabalho que a empresa considera excedentes.

Após a conclusão do PDV, a Bosch se compromete a manter o nível de emprego existente em 1.º de abril de 2017 até o fim do acordo coletivo de trabalho, que tem duração de três anos. A companhia também terá de manter em Curitiba as atuais linhas de produtos. O compromisso não inclui a linha de bombas injetoras VE (usadas em tratores e colheitadeiras), que será transferida para a Índia em 2017.

A votação, que deverá ser concluída nesta quinta (11) por volta das 15 horas, é a segunda etapa do processo iniciado na terça-feira (9), quando foi aberta uma assembleia on-line. Por meio de um link na internet, colaboradores sindicalizados puderam votar se estavam de acordo com as soluções apresentadas. Segundo o sindicato, 80% dos trabalhadores que votaram foram favoráveis à oferta.

Polêmica

A restrição do voto on-line a funcionários sindicalizados incomodou alguns colaboradores, que questionaram a legitimidade da plataforma de votação e encararam o procedimento como um possível entrave às negociações.

De acordo com o presidente do sindicato, Sérgio Butka, a decisão deveu-se ao fato de que a maior parte dos atingidos pelo PDV estariam na produção e que estes, em sua maioria, são vinculados ao sindicato.

“Seria antidemocrático que gente do setor administrativo opinasse em primeira instância sobre o melhor para quem está no chão de fábrica”, justificou.

Após a apuração, realizada com a presença da Superintendência Regional do Trabalho, do SMC e da própria Bosch, a polêmica foi acertada. Na atual assembleia, todos os colaboradores podem participar por meio de voto secreto.

O pacote

As adesões ao PDV, por ordem de inscrição, poderão ser feitas até fevereiro de 2017. Dependendo do tempo de casa e do momento da adesão, o trabalhador que participar do plano pode receber de três a seis salários. Em março, a empresa poderá abrir um Plano de Demissão Involuntária (PDI) com bonificações menores.

A proposta negociada com o sindicato também abarca a reposição total do índice de inflação para salários de até R$ 6,5 mil e um ajuste no Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), coma extinção de algumas metas estabelecidas pela empresa.