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Bikes em risco: Água Verde e Vila Izabel são alvos de gangue que mira bicicletas

Imagem ilustrativa. Foto: Reprodução
Imagem ilustrativa. Foto: Reprodução

Uma nova modalidade de assaltos preocupa moradores dos bairros Vila Izabel e Água Verde, em Curitiba. De acordo com o Conselho de Segurança que atende a região, os locais se tornaram alvos de gangues que invadem garagens de prédios para roubar ou furtar bicicletas. Os bandidos danificam portões, cadeados, telhas e deixam prejuízos. Em um dos casos, os danos ficaram perto de R$ 10 mil. Houve um episódio em que o ladrão chegou a fugir pelo telhado da garagem e segurava a bicicleta roubada.

Segundo os moradores, as primeiras ações foram registradas na madrugada do dia 23 de maio, quando dois homens entraram em um condomínio da Rua Professor Ulisses Vieira por volta das 5h40. “Eles arrombaram os dois portões grandes, danificaram o motor de um deles e saíram quebrando os cadeados que fechavam nosso bicicletário. Esses bandidos usaram ferramentas especiais porque uma das bikes estava presa por um cabo de aço, e nem isso os segurou”, relatou o síndico Mário Gilberto Mussi.

Segundo ele, a ação fez com que o alarme do prédio disparasse, mas o barulho ensurdecedor e as câmeras de segurança não intimidaram os invasores. “Os assaltantes levaram menos de dois minutos para levar duas bicicletas e nos deixaram com um prejuízo de quase R$ 10 mil”, lamentou o síndico, que precisou arrumar os portões, trocar todos os cadeados e garantir o ressarcimento aos donos das bicicletas.

Por volta das 13h40 do mesmo dia, outro roubo foi registrado na garagem de um prédio da Travessa Percy Withers, no bairro Água Verde. Dessa vez, a ação teria sido realizada por um único indivíduo, que subiu pelo telhado e entrou por um buraco. “Ele tirou uma telha grande que estava presa com parafusos bem fortes, entrou na garagem e foi direto às bicicletas penduradas”, disse a síndica Elaine Maranho.

A partir do momento em que pulou na parte interna do prédio, o homem foi filmado pelo circuito interno de segurança, mas ninguém conseguiu impedir a ação. “No tempo que nosso porteiro usou para abrir a porta e correr até a garagem, o homem pegou a bicicleta e a roubou pela mesma abertura do teto que havia usado para entrar. Foi muito rápido”, lamentou Elaine, que precisou consertar o estrago e ainda decidiu investir em monitoramento completo no telhado. “Nós não imaginávamos que alguém entraria por ali. Agora, vamos colocar sensores, cerca elétrica e câmeras em tudo. O investimento será alto”, adiantou.

Sensação de insegurança

De acordo com o Conselho de Segurança (Conseg) do bairro Água Verde, esses foram apenas alguns casos de invasão em garagens de prédios registrados nos últimos dias. “E o problema não se restringe às bicicletas, já que os ladrões levam o que estiver na frente”, disse o diretor e consultor de segurança pública do Conseg, Paulo Roberto Santos.

Em uma dessas invasões registradas na madrugada do dia 27 de maio, seis homens chegaram a entrar em um condomínio da Avenida Getúlio Vargas para roubar tinta e materiais de construção que estavam na garagem. “Toda a ação também foi gravada pelas câmeras de segurança. A gente sabe que é uma quadrilha atuando, e a sensação de insegurança da população só aumenta”, pontuou.

Com isso, a orientação do conselho é que os moradores sempre informem casos suspeitos à Polícia Militar pelo telefone 190 e à Guarda Municipal pelo 153, com detalhes do objeto e características dos envolvidos. Além disso, o Conseg possui alguns grupos de segurança no aplicativo WhatsApp para que as vítimas solicitem apoio. “Muitos policiais que atuam no bairro estão nesses grupos e as mensagens ainda alertam os demais moradores”, explicou Santos.

Outra orientação do Conseg é que os condomínios contratem um seguro para evitar prejuízos em situações como essa e que os donos dos materiais roubados sempre procurem a direção do prédio para ressarcimento. “Se o condomínio possui uma garagem fechada com portaria, ele se torna responsável por tudo que é guardado ali. Então, um seguro auxilia bastante na hora de pagar”, aconselhou.

Patrulhamento e investigações

A Polícia Militar (PM) informou que tem realizado patrulhamento constante e várias abordagens a pessoas com bicicleta nos bairros apontados pela reportagem. No entanto, se não houver denúncias e o registro de Boletim de Ocorrência, o possível encaminhamento dos suspeitos e a recuperação dos objetos furtados são prejudicados. Mesmo assim, a unidade já está atuando para identificar possíveis envolvidos na prática criminosa por meio de imagens das câmeras de segurança dos prédios e de reconhecimento das vítimas.

Segundo a Polícia Civil, os casos que registram B.O. estão sob investigação na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), mas ainda não há indícios de uma quadrilha especializada em furto de bicicletas, já que grande parte dos casos informados à especializada ocorrem durante assaltos e arrombamentos em que os ladrões também levam outros pertences das vítimas.

Com isso, a delegacia solicita à população que denuncie todos os casos de furto. “ Grande parte das bicicletas são anunciadas para venda em sites e redes sociais, então as denúncias feitas pela própria vítima podem facilitar uma possível recuperação do bem”, explicou a DFR, em nota.

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