A selva de pedra tomou espaço na marra. Bem, na marra, mas para atender à avassaladora gana do bicho homem em construir (e conquistar, ampliar, vender, lucrar). Essa invasão afugentou bichos das mais variadas espécies – causando a extinção de muitos, inclusive – destruiu florestas, exterminou ou pôs em grave risco árvores, plantas e flores. Mas a natureza dá seu jeito. Sempre dá.

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No alto de um poste de iluminação pública, num improvável “solo de concreto armado”, uma planta teimosa resolveu ser resistência. Lá no longínquo ano de 2018, quiçá comecinho de 2019 (veja na última foto deste post), o ato de bravura de uma semente que decidiu enfrentar o sistema, um broto nasceu.

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Mesmo diante de um cenário improvável, vendo do alto um mundo de pedra, tijolo e asfalto, a plantinha decidiu fazer a diferença. Não que o gás carbônico que ela filtra realmente faça diferença no mundo, mas lá no alto do poste da Rua Manoel José Pereira ela é um símbolo para os “irmãos verdes” que estão ao redor, no ainda arborizado bairro Abranches.

Árvore nasceu no topo d eum poste em Curitiba. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.
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Mas tem um lado irônico nessa jornada. Lá no alto, como um exemplo de que a “natureza dá um jeito”, a pequena árvore arranca sorrisos de admiração de quem passa pelas ruas. Mas os sorrisos brotam no rosto do bicho homem que há algumas gerações foi o responsável por destruir o verde que reinava para construir o cinza que hoje lhes acolhe.

As fotos que motivaram este texto foram feitas pelo repórter fotográfico Átila Alberti, da Tribuna do Paraná.

A árvore, quando ainda era um simples brotinho. Foto: Google Maps
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