Protesto contra o racismo

Arquidiocese de Curitiba repudia invasão de Igreja do Rosário por vereador e manifestantes

Igreja do Rosário dos Pretos, no Centro Histórico de Curitiba. Foto: Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

A Arquidiocese de Curitiba se manifestou nesta segunda-feira (7) contra a invasão ocorrida na Igreja do Rosário, no último sábado (5), sob a liderança do vereador Renato Freitas (PT). Em nota de repúdio, a Arquidiocese confirmou que a manifestação no local aconteceu no horário em que uma missa era realizada. Conforme discurso do vereador, o protesto tinha como motivação a luta contra o “racismo estrutural” e as mortes Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho.

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De acordo com a nota da Igreja Católica, solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideres do grupo de manifestantes incentivaram comportamentos invasivos e desrespeitosos. “Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou”, diz o comunicado, assinado pelo Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo.

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“A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo”, reforça a Arquidiocese. Leia abaixo a nota na íntegra.

Crime contra o sentimento religioso

Segundo o artigo 208 do Código Penal brasileiro, é considerado crime impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.

Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Nota da Arquidiocese de Curitiba

Nota da Arquidiocese de Curitiba sobre a manifestação ocorrida dentro da Igreja do Rosário

No dia 05 de fevereiro de 2022, em torno das 17.00hs, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.

É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.

Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.

Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.

A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo.

Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.

Dom José Antonio Peruzzo
Arcebispo

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