De fora

Após 31 anos, paranaense morre de raiva

O sexto morcego contaminado com raiva foi encontrado no bairro Orleans, em Curitiba. Foto: Carlos Poly/SMCS.

Um homem, de 24 anos, morreu no Paraná após contrair raiva humana. É o primeiro caso de óbito pela doença no estado desde 1987. O paranaense, porém, não contraiu a doença no estado. Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, o homem contraiu a doença no início de janeiro deste ano em área rural de Ubatuba, no estado de São Paulo. Ele teria morrido porque demorou a procurar atendimento.

O jovem foi mordido por morcego enquanto dormia, no dia 3 de janeiro, e não procurou atendimento imediato na cidade paulista. Na volta ao Paraná, o morador de Colombo buscou a unidade de saúde no dia 15 de janeiro, quando foi prescrita a aplicação de quatro doses da vacina antirrábica. No entanto, o jovem só tomou duas doses, conforme informou a secretaria.

No dia 19 de fevereiro, o rapaz procurou o pronto-atendimento do Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, quando foi internado já com sintomas de agravamento, como febre alta, dor toráxica, formigamento pelo corpo, dor nos nervos, entre outros. O paciente permaneceu internado, sendo transferido posteriormente para UTI e, apesar do tratamento, morreu no dia 9 de março.

Equipes de vigilância epidemiológica das secretarias estadual e municipal da Saúde foram alertadas e acompanharam toda a investigação do caso, em sintonia com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e o Instituto Pasteur. Foram feitos todos os exames definidos no protocolo do Ministério da Saúde para a doença, no entanto sem a confirmação laboratorial de raiva humana.

Foi confirmada a morte por esta causa por critério clínico-epidemiológico. A decisão foi compartilhada pelas duas secretarias estaduais envolvidas e pelo Instituto Pasteur depois da confirmação de presença de anticorpo da doença no líquor (líquido que banha o cérebro e a medula).

A doença

Estima-se que sejam registrados no mundo mais de 50 mil casos por ano, sobretudo em países da África e da Ásia. A transmissão da raiva humana ocorre através do contato de um mamífero infectado com o homem. A maioria dos acidentes acontece pela mordedura de cães, gatos ou contato com morcegos. Nesses casos, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente a uma unidade de saúde para iniciar o tratamento profilático.

Orientações

Orientações sobre morcegos O que fazer em caso de contato com morcegos
– Evite tocar em qualquer morcego, vivo ou morto – Lave o ferimento imediatamente com água corrente e sabão
– Os morcegos são animais de hábitos noturnos. Quando encontrados caídos ou voando de dia, podem estar doentes, com o vírus da raiva – Procure rapidamente uma unidade de saúde
– Ao encontrar um morcego nessas condições, ou mesmo morto, avise o serviço de saúde do município – Faça o tratamento indicado sem faltar às vacinações
– O contato direto com morcegos por toque, arranhões ou mordidas é grave. Caso isso aconteça, procure a unidade de saúde mais próxima – No contato com morcego (lambedura, mordedura ou arranhão), ou no caso de acordar com o animal caído dentro do quarto de dormir, deve-se fazer a profilaxia pós-exposição com sorovacinação. Procure o serviço de Saúde para orientações
– Mantenha animais de estimação, como cães e gatos, com a vacinação em dia