É pá cabá

Funcionários de prefeitura filmavam mulheres ao invés de monitorar segurança em Guaratuba

Reprodução / G1 PR

A pouco menos de um mês do início da temporada de verão, ao menos três servidores municipais de Guaratuba, no Litoral do Paraná, estão sendo investigados pela prefeitura e pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por usarem câmeras do sistema de segurança da praia para filmar mulheres de biquíni. As imagens foram feitas no dia 16 de novembro, na praia de Caieiras, durante o feriado prolongado da República. Segundo a Procuradoria-Geral do Município (PGM), algumas das mulheres que tiveram seus corpos filmados seriam menores de idade.

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As gravações foram feitas por volta das 9h30 no sábado após o feriado, quando o número de banhistas na orla era grande justamente por causa do recesso da República. As câmeras integram o programa de segurança da cidade e conseguem filmar a uma distância de até 20 metros. Os servidores municipais que operavam o equipamento aproveitaram para dar zoom nas lentes e visualizar partes íntimas dos corpos das mulheres.

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A procuradora-geral de Guaratuba, Denise Lopes Silva Gouveia, disse que as imagens foram gravadas por servidores lotados na Central de Monitoramento da Secretaria de Segurança Pública, uma espécie de Guarda Municipal da cidade. Os arquivos foram descobertos ainda no mesmo dia por outros funcionários que tentavam rastrear um adolescente desaparecido, cujo corpo só foi encontrado dois dias depois.

Embora a prefeitura já tenha uma lista de possíveis nomes envolvidos no escândalo, o órgão não respondeu se os suspeitos foram afastados do cargo. “Temos que tratar as coisas com a devida seriedade. É um processo. Agora, é obvio que se a prefeitura tomar a decisão pelo afastamento definitivo sairá em um ato que será publicado”, disse Gouveia em coletiva de imprensa nesta terça-feira (27).

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Apuração

Os servidores que devem responder à sindicância são todos concursados, mas podem ser exonerados conforme for o resultado das investigações. Além dos 30 dias corridos da sindicância, o caso será analisado por outros 90 dias em processo administrativo de caráter punitivo . “Ao invés de cuidarem do seu trabalho, estes servidores estavam focando corpos femininos. Não sei se a intenção era a graça, exercício de poder, conotação sexual, mas isso também poderá ser apurado”, apontou a procuradora.

A Polícia Civil disse que, até a tarde dessa terça, nenhuma das vítimas que tiveram o rosto e o corpo filmados pelos servidores da prefeitura de Guaratuba havia prestado queixa.

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