Animais do zoo têm atenção no inverno

Refeições mais calóricas e acesso a ambientes fechados e aquecidos são alguns dos cuidados especiais que os animais do Zoológico de Curitiba e do Passeio Público recebem nos dias mais frios do ano.

“Na dieta das aves e dos primatas, acrescentamos alimentos mais gordurosos e calóricos, como castanha, coco e mel”, explica a bióloga Maria Lúcia Faria Gomes, gerente técnica do departamento de Pesquisa e Conservação de Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde atua há 24 anos.

Para reforçar a dieta, três vezes por semana nos dias de inverno, os primatas costumam receber papinhas que incluem banana e pão amassados, além de mel e leite. Além de aumentar a temperatura corporal, elas ajudam a reforçar a imunidade dos bichinhos.

Outro alimento que complementa a dieta de inverno de alguns animais, como os sagüis e os lagartos, são as larvas de tenébrio. “Elas são muito gordurosas, por isso são ideais para o cardápio dos dias frios”, diz Maria Lúcia.

Recinto indoor

As aves têm acesso ao recinto indoor, onde podem se proteger do vento, frio e chuva. São pequenos locais fechados, conjugados às gaiolas. “Antes desses espaços apropriados serem construídos, em 2009, no inverno cobríamos as jaulas com lonas, o que dava muito trabalho e tinha um resultado ruim”, informa.

Os primatas também têm direito de acesso a ambientes indoor, onde há aquecimento e comida. “O chimpanzé do zoológico ainda ganha um cobertor para se proteger do frio”, conta a bióloga.

No ambulatório dos animais, o ambiente é totalmente aquecido. Para o local são levados, além dos que precisam de cuidados médicos, os mais sensíveis aos dias frios, como pequenos jabutis e saguis. “Quando a temperatura atinge os 15 graus ou menos, já passamos a ter cuidados especiais com os animais mais vulneráveis”, diz Maria Lúcia.

Ela explica que no inverno os problemas respiratórios são mais comuns. Por isso, muitas vezes, os animais precisam utilizar o nebulizador, em sessões diárias de inalação. “Em casos mais raros, alguns chegam ao ambulatório com hipotermia”, conta a bióloga.

Pedras aquecidas

Mesmo os animais mais temidos recebem mimos especiais durante o inverno. No terrário, onde habitam dezenas de cobras, um aquecedor é ligado durante a noite.

Durante todo o dia, pedras aquecidas e lâmpadas infravermelhas garantem aos répteis uma temperatura constante que oscila entre 22 e 24 graus.

Zoológico de Curitiba

Com mais de 1,8 mil animais de 130 espécies – entre aves, peixes, mamíferos exóticos e nativos, primatas e répteis – o Zoológico de Curitiba é um dos maiores do Brasil, com 589 mil metros quadrados. 

A média de visitantes é de 650 mil por ano. Se forem consideradas as visitas de grupos escolares, cujas crianças não passam pelas roletas, este número se aproxima de um milhão de pessoas por ano.

Entre as principais atrações um leão, quatro leoas, dois ursos de óculos, um casal de girafas, três hipopótamos, três jacarés, um tigre de Bengala, uma onça pintada e um chimpanzé, além de onças pardas, macacos e aves.

Passeio Público

No mais antigo parque municipal de Curitiba, inaugurado em 1886, há 500 pequenos animais, de 120 espécies diferentes, entre mamíferos, aves, répteis e peixes. O Passeio Público ocupa uma área de quase 70 mil metros quadrados, com muitas ilhas e pontes, há diversas espécies nativas e exóticas. Entre as árvores estão carvalhos, ciprestes, paineiras, jacarandás, plátanos, ipês-amarelos, canelas e eucaliptos.

Uma das maiores atrações do parque é um terr&aac,ute;rio que abriga serpentes e lagartos de espécies exóticas e raras, vindas de diversas partes do mundo. Também há um aquário, com variedades de peixes de rios e ornamentais da região amazônica e da África. No Passeio há ainda restaurante, play-ground, sanitários, pedalinmhos, pista para caminhadas, ciclovia, bicicletário e academia ao ar livre.