Alerta ligado

Alto movimento na Ilha do Mel assusta nativos, que temem surto de coronavírus

Trapiche Encantadas da Ilha do Mel neste último domingo (22). Foto: colaboração.

Os fins de semana de sol no litoral do Paraná têm atraído turistas até a Ilha do Mel, que aproveitam a folga de sábado e domingo para fazer um bate e volta até o parque estadual. Neste último domingo (22), o trapiche Encantadas lotou, houve aglomeração e muito movimento durante todo o dia.

Mesmo com a ilha recebendo apenas 60% da capacidade total e da entrada controlada, o alto movimento no fim de semana tem assustado nativos, que temem por um surto repentino de coronavírus. “A gente tem medo, né? A ilha era para ter sido aberta em agosto, o pessoal que mora aqui não queria que abrisse. Eu pessoalmente como nativo, acho que esse movimento todo não é bom porque se começar a ter muitos casos, vão fechar a ilha”, revela Eduardo Fonseca, condutor de lanchas. Em Curitiba, por exemplo, os casos crescem a cada dia segundo boletim mais recente.

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A Ilha do Mel reabriu em setembro, após ficar cinco meses fechada para turistas. A volta de visitantes trouxe um alívio para quem depende do turismo para sobreviver. No entanto, o fechamento novamente da ilha pode prejudicar e quebrar muitas empresas. “A gente estava precisando muito que voltasse a funcionar para não ficar pior ainda. Além da pandemia, quebrar a empresa e ficar devendo com nome sujo não é agradável. Tem que manter aberto, mas com todo o controle. Temos as contas fixas para pagar”, comenta o condutor.

Com a reabertura, o Instituto Água e Terra (IAT) determinou a visitação com restrições como uso de máscaras e distanciamento de dois metros em filas e demarcações em locais públicos e também nas barcas. 

No entanto, as determinações e regras nem sempre têm sido cumpridas com todo o rigor. No último fim de semana, várias excursões chegaram ao mesmo tempo na ilha, causando aglomeração no trapiche. O alto movimento acende o alerta de um provável aumento de casos, o que causaria um grande problema na região. Em Paranaguá, o Hospital Regional, único com leitos SUS de UTI exclusivos para coronavírus do litoral, está com 100% de ocupação.

Sobre o alto movimento de visitantes na Ilha do Mel nos últimos finais de semana, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Paranaguá (Secultur) informou que a visitação está ocorrendo dentro dos limites permitidos pelas autoridades competentes, sendo 2.500 turistas para hospedagem e 1.500 para Day Use.

De acordo com o levantamento feito pela Prefeitura de Paranaguá, no dia 14 de novembro a ilha totalizou 1.900 visitantes (entre hóspedes e day use). No dia 15 foram 1.830 visitantes, dia 21 3.301 pessoas visitaram a ilha. A maior quantidade de turistas foi registrada no último domingo (22), em que 3.844 pessoas foram até a Ilha do Mel.

Barqueiros atuam na prevenção

De acordo com a Associação de Barqueiros do Litoral Norte do Paraná (Abaline) ações integradas entre as prefeituras de Paranaguá e Pontal do Sul, Guarda Municipal, Capitania dos Portos do paraná e Guarda Costeira atuam no terminal de embarque em Pontal do Sul. “Há uma barreira sanitária para todos os usuários com aferimento de temperatura, ambulância disponível, presença de fiscais municipais, equipe médica móvel, identificação e uso de pulseirinhas com controle de entrada para a Ilha”, revela o presidente da Abaline, Daniel Lima.

Para visitar a Ilha do Mel, o turista precisa ter realizado uma reserva de no mínimo 24 horas de antecedência em algum estabelecimento da ilha. Daniel Lima, presidente da Abaline, informou que os usuários que chegam na ilha são orientados com informações visuais nos pontos de embarque que a Abaline atua. “A Abaline está seguindo os decretos e protocolos de combate a covid-19. Disponibilizamos álcool em gel para uso coletivo, orientamos sobre o uso obrigatório das máscaras e de acordo com a determinação da Capitania dos Portos, reduzimos a lotação das embarcações para 60% da sua capacidade”, revelou.