Ex e amigo condenados!

“Agora vamos conseguir dormir. Justiça”, desabafa viúva após desfecho do caso Ana Paula Campestrini

Ana Paula Campestrini
Ana Paula Campestrini, morta em junho de 2021, em Curitiba após uma ação brutal em plena luz do dia. Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Estamos felizes, conseguimos justiça pela Ana. Agora a gente vai conseguir dormir uma noite inteira. Não ficou impune, e ele não vai ficar com os filhos dela”, assim desabafou Luana Melo, viúva de Ana Paula Campestrini, morta em junho de 2021, em Curitiba após uma ação brutal em plena luz do dia. A fala ocorreu após a condenação aplicada a Marcos Antonio Ramon e Wagner Oganauskas, responsáveis pelo crime.

O julgamento durou dois dias e o júri decidiu pela condenação de Wagner por homicídio qualificado, em pena definitiva de 25 anos de reclusão em regime fechado. Ele era ex-marido de Campestrini e ex-presidente do clube Morgenau.

Marcos Ramon, amigo de Wagner, também foi condenado por homicídio qualificado, com pena definitiva de 28 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. Marcos Ramon também foi condenado pelo crime de fraude processual, com pena aplicada de um ano, um mês e dois dias de detenção em regime semi-aberto.

“Condenação exemplar”

A condenação foi comemorada pelo advogado que representa a família de Ana Paula Campestrini. Segundo Jeffrey Chiquini, o resultado do julgamento representa um marco para o Paraná. “É uma vitória de toda a sociedade paranaense, um marco. Aqui se tem o resgate daqueles que acreditam na Justiça”, disse o advogado em entrevista coletiva na saída do júri.

Para a família de Ana, o resultado é um alívio após tanto tempo de angústia. “Agora a gente consegue dormir uma noite inteira de sono, sabendo que a Justiça está feita, onde quer que ela esteja, ela tá vendo que não ficou impune”, reforçou Luana Melo, companheira de Ana Paula após a separação.

Defesa dos condenados quer recorrer

Julgamento wagner
Ex-marido Wagner foi condenado por homicídio qualificado, com pena definitiva de 25 anos de reclusão em regime fechado. Foto: Reprodução/TJ.

Os advogados dos condenados prometem recorrer da decisão. Karolina Crepaldi, advogada de Wagner, avaliou que a pena foi alta e que vai apresentar recurso nos próximos dias. “Uma pena bem alta, apresentamos as provas aos jurados. Foi um júri extremamente técnico, e procuramos mostrar a inocência dele, mas os jurados entenderam o contrário, e vamos apresentar recurso”, disse Karolina.

Já Vicente Bonfim, advogado de Marcos Ramon, também promete recorrer. “A gente discorda da decisão e vamos recorrer. Foi uma decisão dividida, mas em razão da pena vamos fazer o recurso”, comentou Bonfim.

Marcos Ramom foi condenado por homicídio qualificado, com pena definitiva de 28 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. Foto: Reprodução/TJ/PR.

O julgamento

Na quinta-feira (23), primeiro dia de julgamento, um vídeo mostra o trecho da discussão entre advogados de acusação e defesa, durante o júri. O vídeo começa com a fala do réu Wagner Oganauskas. Durante o depoimento, ele disse que não perdoaria o advogado de defesa da vítima Jeffrey Chiquini, pelo tratamento dado à filha do casal durante o depoimento dela no tribunal.

O advogado da família rebateu a fala na hora, perguntando se o acusado iria matá-lo também. “Preciso de carro blindado? Preciso andar com segurança? Por que ele disse que não vai me perdoar? Eu tenho que saber o seguinte, ele não perdoou Ana Paula e matou Ana Paula. Se ele não me perdoar, vai querer me matar também?”, argumentou Chiquini. O vídeo do Tribunal de Justiça do Paraná mostra um trecho do julgamento. (0001031-84.2021.8.16.0006).

A partir daí, um bate-boca começou no júri, entre os advogados de acusação e defesa. Na banca da defesa do réu, o renomado advogado criminalista Elias Mattar Assad chega a perguntar se Chiquini “bebeu”. “O senhor tomou o que? Bebeu? Cheirou?”, perguntou Assad.

O trecho do vídeo mostra que a discussão segue quente. Porém, no final do trecho, dá para perceber uma fala de alguém que interfere para que os ânimos se acalmem, possivelmente o juiz.

Na abertura do segundo dia de julgamento, no depoimento, Ramon afirmou que planejou o crime durante três meses, tentando obter informações sobre a rotina da vítima e o endereço dela. O objetivo, segundo ele, era obter vantagem financeira sobre o ex-marido de Ana Paula, ao tentar incriminar Oganauskas.

Fui eu que matei a Ana. Porque eu achei uma forma de conseguir dinheiro, afastando o Wagner da função dele de presidente. Eu era o segundo dentro do clube. E, daí, eu pensei uma forma de tirar o Wagner do caminho, buscando o que ele poderia ter de podre. Não consegui achar nada. Vi que ele tinha uma briga com a ex-esposa dele. Logicamente, ele ia ser o culpado, ele ia ser o condenado”, disse Ramon.

Caso chocou Curitiba

Cena do crime de Ana Paula Campestrini. Homem em uma moto para ao lado do carro vermelho em que ela estava e dispara várias vezes.
O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Foto: Arquivo.

Dois homens foram presos na manhã do dia 24 de junho de 2021 suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini Oganauskas, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A prisão dos homens, identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, advogado presidente da Sociedade Morgenau, e Marcos Antonio Ramon, diretor do clube Morgenau, ocorreu em Curitiba. Wagner é ex-marido de Ana Paula, suspeito de ser mandante do crime.

O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Ela foi abordada por um homem em uma motocicleta que disparou por diversas vezes contra o carro em que Ana Paula estava. “Está comprovado que o autor dos disparos perseguiu a vítima no trajeto até o local da morte”, disse a delegada Tathiana Guzella à imprensa na época do crime.

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