Bairro Alto

Advogada que expôs ação formaliza denúncia

A advogada Adréia Cândida Vítor, que afirma ter sofrido racismo e, com outros moradores do Bairro Alto, acusa policiais militares de tortura durante abordagem realizada sábado, na Rua Rio Guaíba, formalizou denúncia no Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

O procurador de Justiça e Coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou, com base nos vídeos divulgados pela vítima, que não há dúvidas que houve excesso dos policiais, que pertencem à 3.ª Companhia do 20.º Batalhão. Quanto à denúncia de racismo, Batisti disse que é preciso analisar o material apresentado pela defesa da vítima para afirmar se a acusação procede. A investigação, que ouvirá moradores e policiais envolvidos, deve durar cerca de 60 dias.

O corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Marcos César Vinícius Kogut, também admitiu que houve abuso por parte dos policiais. Após ver parte das imagens divulgadas, ele declarou que também houve excesso da população, e ressaltou que a ação policial será apurada com rigor. Na PM, o inquérito deve durar 40 dias, mas pode ser prorrogado por mais 40.

Rigor

O caso chamou a atenção do governador Beto Richa, que divulgou nota exigindo agilidade e rigor na apuração de todos as denúncias de excessos cometidos por policiais militares ou civis. “Quando comprovado que houve abuso, a punição deve ser exemplar. Nossos policiais recebem treinamento adequado e devem tratar os cidadãos com respeito”, afirmou.