Vão acabar?

Abandonados em Curitiba, orelhões dão prejuízo e podem desaparecer

orelhão curitiba
Foto: Arquivo/Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Símbolos de uma época que não existe mais, os orelhões telefônicos em Curitiba estão, aos poucos, sumindo de toda a cidade. Nos últimos sete anos, a capital paranaense “perdeu” mais de 6 mil aparelhos, desativados pela Oi (empresa mantenedora do sistema em todo o país) por falta de uso ou por vandalismo de usuários. A operadora informa, inclusive, que dos 1.134 telefones de uso público (TUPs) ainda em funcionamento na cidade, cerca de 50% deles registram menos de 3 ligações por mês.

A Tribuna do Paraná então decidiu ir “para a rua”, no Centro de Curitiba, para tentar descobrir: ainda existem cartões telefônicos à venda nas revistarias e bancas de jornal? A resposta, que irá surpreender a poucos, é não. Das dez bancas visitadas pela equipe de reportagem, todas afirmaram não ter vendido um cartão telefônico sequer “há muito tempo”.

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O proprietário da Banca Brasil, Maurício Puchalski, é um deles. Dono do estabelecimento localizado na Rua XV há 35 anos, o empresário nem lembra quando um cliente pediu os cartões pela última vez. “Acredito que tenha vendido o último há uns dez anos, mais ou menos. Vez ou outra aparece alguém, dizendo que teve o celular roubado aqui no Centro, pedindo pelo cartão, mas é muito raro”, relembra. Segundo ele, na região próxima à banca, cerca de três orelhões foram desativados nos últimos anos.

Uma das bancas mais tradicionais de Curitiba, a Banca da Boca, na Boca Maldita, não comercializa os cartões telefônicos há cerca de oito anos, segundo a vendedora Marilene da Silva. “Não passam nem mais vendedores para oferecer o produto. E é muito raro quando aparece alguém pedindo. Geralmente, são pessoas de mais idade, que não possuem celulares ou smartphones”, afirma.

Foto: Arquivo/Antônio More/Gazeta do Povo

Os cartões telefônicos, assim como os vale-transportes de moeda, fizeram parte do imaginário de muitos curitibanos. Na década de 1990, por exemplo, os cartões se transformaram em itens de colecionador, impulsionados pelas companhias, que produziam itens ilustrados com desenhos animados e pontos turísticos da capital.

Item de colecionador

Quem sente saudades dos tempos do telefone público – que, relembrem, tinha até fila para se conseguir uma ligação –, pode encontrar os cartões telefônicos, de várias épocas, em lojas de colecionador ou pela internet. Em novembro de 2021, a Tribuna contou a história da Loja do Colecionador de Curitiba. A loja tem de tudo, desde as moedas imperiais, cédulas antigas, miniaturas, cartões telefônicos, miniaturas e até uma Rural Willys azul e branco de verdade, que está à venda.

Falta de interesse

A própria Oi, responsável pelos orelhões, já não defende mais a manutenção dos equipamentos, que considera que “não despertam mais o interesse da sociedade”. Segundo a empresa, a utilização dos orelhões vem diminuindo a cada ano, em razão da expansão da telefonia móvel e do uso da internet. Atualmente, a Oi tem 125 mil orelhões espalhados pelo país. Desse total, a metade registra média igual ou inferior a uma chamada por dia.

“Os recursos usados para mantê-los em funcionamento poderiam ser aplicados em serviços que atendam as demandas atuais da sociedade. Há obrigações de serviços da telefonia que há muito tempo deixaram de refletir a realidade do mercado de telecomunicações, que mudou completamente por conta das transformações nos hábitos de consumo trazidas pelos avanços tecnológicos”, afirma a companhia, em nota enviada à Tribuna.

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No comunicado, a Oi também ressalta que houve avanços na legislação dos telefones públicos, como a determinação da Anatel de que os orelhões devem ser instalados em locais onde há demanda, como “shoppings, escolas, postos de saúde, hospitais, órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, estabelecimentos de segurança pública, bibliotecas, museus, terminais rodoviários e aeródromos”. Além disso, desde 2015, a Anatel também obriga que a companhia disponibilize ligações gratuitas, em todos os orelhões, para chamadas locais e interurbanas.

Sobre o número de aparelhos vandalizados em Curitiba no ano passado, a Oi não soube estimar um número aproximado.

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