Cuba declarou hoje vitoriosos o socialismo e a revolução no país, depois que 97,6% dos eleitores registrados participaram da eleição geral unipartidária.
“Mais de 8 milhões de pessoas votaram. Esmagadora prova de apoio popular do país à revolução e ao socialismo”, disse a manchete do jornal do Partido Comunista, o Granma. Cuba tem cerca de 8,3 milhões de eleitores registrados, e as eleições acontecem a cada cinco anos.
Os dissidentes, vistos pelo governo como uma quinta coluna trabalhando para os Estados Unidos, chamaram a votação de uma farsa, depois de pedir que os cubanos boicotassem ou destruíssem as cédulas de votação.
Os eleitores não puderam escolher os candidatos, cujo número era igual ao número de cadeiras – 609 na Assembléia Nacional e 1.119 nas assembléias de Províncias.
Os resultados finais, incluindo quantas cédulas foram destruídas ou deixadas em branco, serão anunciados ainda hoje.
O novo Parlamento se encontrará no início de fevereiro para eleger um Conselho de Estado, que escolhe o presidente. Espera-se que Fidel Castro, 76, no poder desde a revolução de 1959, seja indicado para mais um mandato de cinco anos.
Havana diz que os 98% de participação provam grande apoio ao governo, mas os dissidentes dizem que isso reflete o medo dos eleitores, caso se recusem a participar.
“Aqui há muito medo, eles assustam as pessoas para irem às urnas”, disse Vladimiro Roca, libertado depois de cinco anos na prisão por atividade de oposição.
Castro referiu-se aos Estados Unidos após a votação de ontem. “Esta é a resposta ao império em seus esforços para destruir a revolução.”