Cristóvam critica Mercadante por propor aumento da inflação

O aumento da meta de inflação como forma de acelerar o crescimento da economia, proposto esta semana pelo líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), provocou reações dentro do próprio PT.

O senador e ex-ministro da Educação, Cristóvam Buarque (DF), disse hoje que “discutir o aumento da meta de inflação por si só já é um equívoco”. A seu ver, a partir do momento em que governo sinalizar com um relaxamento na meta inflacionária a reação do empresariado será imediata. “Após 30 ano convivendo com inflação alta, ainda existe no país uma cultura de remarcação de preços. As maquininhas de remarcar ainda estão nas gavetas”, disse o senador petista.

Assim que soube das declarações de Mercadante, o ex-ministro acreditou que poderia tratar-se “de um recado” do próprio presidente Lula. “Se fosse isso, o que não acredito, ele (Lula) estaria no caminho errado”, acrescentou Cristóvam. Outro que considera negativa esta discussão é o senador Tião Viana (PT-AC). Ele reconhece que há “um conflito” na base do governo sobre a
discussão de meta de inflação. Acrescenta que este debate “corrói os alicerces da economia” e atinge um setor protegido do governo Lula “que tem o respeito de observadores internacionais”.

Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que aumentar a meta inflacionária para 8% seria a mesma coisa que “comunicar aos comerciantes que poderiam remarcar os preços dos produtos”. Virgílio defende a preservação de meta de 6% de inflação para os próximos 12 meses.

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