Crise no Atlético-PR se agrava mais

Nos últimos 10 anos, o Atlético-PR conseguiu projeção internacional, montou um centro de treinamento dos mais modernos e um dos melhores estádios de futebol do País. De quebra, ganhou um título nacional, foi vice em outro, classificou-se três vezes para a Libertadores da América e revelou vários jogadores. Mas este ano ainda não conseguiu um ponto no Campeonato Brasileiro e preocupa os torcedores.

"O dirigente é bom enquanto não entende de futebol. Quando acha que entende, começa a fazer as coisas sozinho, pela cabeça dele, e dá errado", avalia o comentarista esportivo Barcímio Sicupira, maior ídolo da torcida atleticana de todos os tempos. "É preciso ter humildade e juntar novamente o grupo."

Segundo Sicupira, houve erro na reposição de jogadores e na definição de um técnico. Neste ano, já dirigiram o time Casemiro Mior, Lio Evaristo, Edinho e o atual interino Borba Filho. "O time não tem padrão físico, técnico e tático", acentua.

A parte física começa a ser definida com o retorno de Riva de Carli. "Mas falta, no mínimo, seis ou sete jogadores para serem titulares. Tem que fazer um grupo para pensar em não cair", diz Sicupira.

A torcida prefere colocar as esperanças na Libertadores da América. O time precisa de um empate nesta quinta-feira contra o Cerro Porteño, no Paraguai.

"Tem sido nossa válvula de escape", consola-se Maurício de Paula e Silva, secretário da torcida Fanáticos.

A direção diz estar trabalhando. "Nunca é cedo para se preocupar e nunca é tarde para tomar decisões", afirma o presidente do conselho gestor, João Augusto Fleury da Rocha. Segundo ele, há um processo de análise do elenco, com alguns jogadores sendo dispensados e um diagnóstico de carências. Mas a dificuldade de encontrar jogadores é cada vez maior. "Estamos num processo de contratação", anuncia. A começar por um novo treinador. "Estamos no aguardo de algumas respostas", diz o dirigente.

Rocha repele as críticas de que teria havido falta de planejamento, o que teria levado o clube a se desfazer de seus principais jogadores. "A situação do futebol mundial desmanchou o time. Resolvemos investir em jogadores novos, que podiam dar certo ou não", pondera. E não deram. "Foi a frustração de um planejamento."

Mas isso não deve levar o clube ao desespero. "O dirigente tem que trabalhar com a emoção e com a razão. Nós sabemos que o time não está respondendo e estamos tentando encontrar meios para que responda", disse Rocha. Para o dirigente, o Atlético tem uma retaguarda sólida que garante tranqüilidade. Além do CT e da Arena, há dinheiro em caixa, não existem dívidas e a administração é qualificada. "Não serão cinco resultados que vão desmontar tudo", decreta.

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