Crescimento econômico trouxe correções de salário, diz Dieese

Além de criar 1,236 milhão de novos empregos até julho, o crescimento econômico neste ano também gerou melhores aumentos e reposições salariais para quem está empregado. No primeiro semestre, 79,4% dos acordos e convenções coletivas firmados resultaram em reajustes iguais ou superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE. O relatório, divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), abrange 262 acordos entre sindicatos e empresas e convenções de categorias profissionais feitos no período.

Se a referência for o Índice de Custo de Vida (ICV) calculado pelo Dieese, 90,5% do total das negociações possibilitaram ganho real de salários aos trabalhadores. Nesse caso, apenas uma categoria teve reajuste igual ao índice. Na avaliação da entidade, os resultados positivos são conseqüência da melhoria do cenário econômico do país. Em 2003, 58,1% das negociações obtiveram reajustes abaixo do INPC, índice utilizado como parâmetro em grande parte dos acordos.

?Sem dúvida, as condições econômicas para a negociação hoje são outras, principalmente no que se refere à inflação. Não dá para negar que é mais fácil negociar reajustes entre 5% e 10% do que entre 15% e 20%, como ocorria no ano passado?, afirma o supervisor do escritório regional do Dieese em São Paulo, José Silvestre de Oliveira, em publicação da entidade.

Segundo o Dieese, juros estáveis em patamares mais baixos que os de 2003 e expectativas positivas relativas ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) são outros fatores que influenciaram as negociações salariais.

As melhores negociações foram obtidas em abril, quando 95,2% dos acordos e convenções estabeleceram reajustes iguais ou acima do INPC. O pior mês foi o de janeiro (mês que registrou a maior inflação anualizada, de 10,38%), no qual 52,8% das negociações conseguiram índices abaixo do INPC.

Para os assalariados, houve ainda outra melhoria. No primeiro semestre de 2003, mais de 30% dos valores acordados foram parcelados. Mas no primeiro semestre deste ano apenas 9,5% das negociações fixaram reajuste em parcelas. Outro dado positivo foi que apenas uma categoria utilizou as bonificações para substituir os reajustes.

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