Crescimento do Brasil é importante para AL, diz Iglesias

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, elogiou hoje (16) na capital baiana a reação positiva da economia brasileira que, segundo ele, está crescendo sobre “bases macroeconômicas muito sólidas e sadias”. Ele destacou que os números positivos do Brasil são fundamentais para toda a América Latina. “Uma economia sólida e dinâmica importa muito”, disse, opinando que 2004 está sendo um ano bom para toda a América Latina.

“Os países estão crescendo bem, por causas internas e externas: estão fazendo o que precisam fazer na área fiscal e na área internacional o preço das matérias-primas está beneficiando os países da região”, comentou, lembrando, contudo, que a alta cotação do barril de petróleo já está causando uma certa preocupação. “Acendeu-se o sinal amarelo”, comparou, observando que alguns setores na Europa, Japão e Estados Unidos começam a ser afetados. “Esse é o tipo de problema que não depende de nós, aliás procuramos resolver os problemas e não criá-los”.

Iglesias confirmou que nesse momento a demanda dos países latino-americanos é por recursos na área de infra-estrutura e garantiu que o BID está procurando atendê-la. “São demandas muito fortes, da ordem de US$ 70 bilhões por ano em toda a América Latina e é preciso admitir que esses recursos não podem sair só das fontes públicas, é preciso aparecer do setor privado e por essa razão estamos sempre querendo colaborar com parcerias com o setor privado”, disse, apontando o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) do Brasil como uma das fórmulas interessantes de estimular o ingresso de capitais na área da infra-estrutura.

Na sua palestra durante a abertura da Conferência Latino-Americana sobre Serviços de Água e Esgotos do Cone Sul, na manhã de hoje em Salvador, Iglesias lembrou que para se cumprir as metas do milênio das Nações Unidas, referentes ao setor de água e saneamento, será preciso investir até 2015 cerca de US$ 25 bilhões nos países do Cone Sul (Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai). Ele disse que esses recursos não podem sair somente do setor público, sob pena de ameaçar a estabilidade econômica desses países. Ele falou num “pacto social” para somar as contribuições da sociedade civil e dos governos, mas citou como uma das providências básicas tornar mais eficiente as empresas de água e saneamento para reduzir o custo dos serviços, assegurar tarifas mais justas e atrair investimentos privados.

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