CPMI começa a desvendar atuação da máfia das ambulâncias

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas ouviu nesta terça-feira em Cuiabá (MT) depoimentos que possibilitaram, segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), uma visão geral do esquema de fraudes na compra de ambulâncias por prefeituras com recursos do Orçamento. Foram ouvidos os empresários Ronildo Medeiros e José Darcy Vedoin, acusados de participarem das irregularidades, e Ivo Marcelo Spínola Rosa, cunhado de Luiz Antônio Trevisan Vedoin ? outro suposto líder da "máfia das ambulâncias".

Darcy Vedoin revelou aos integrantes da CPMI que também fez negócios com o Ministério das Comunicações, na compra de ônibus para o programa de inclusão digital. Gabeira ressaltou, no entanto, que a comissão centrará foco somente nas denúncias relativas aos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia.

Número de envolvidos

De acordo com Gabeira, é razoável afirmar que há 60 deputados envolvidos. "A maioria é do chamado baixo clero e boa parte corresponde à bancada evangélica e às bancadas do Rio de Janeiro e de Mato Grosso", completou.

Gabeira considera que os depoimentos servem para completar a visão de como funcionam as fraudes investigadas pela Operação Sanguessuga.

O deputado assinalou ainda que nenhum dos depoimentos é tão importante quanto o do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que presta depoimentos na segunda vara federal de Cuiabá até quinta-feira (13). Gabeira informou que a comissão deve receber até o final da semana o relatório sobre esses depoimentos. "Quando estivermos de posse das informações sobre esses depoimentos, não serão necessários outros", avaliou.

A delegação em Cuiabá também é composta pelo presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ); pelo vice-presidente, deputado Raul Jungmann (PPS-PE); pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e pelos senadores Sibá Machado (PT-AC) e Heloísa Helena (Psol-AL).

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