Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas tomou o depoimento de quatro assessores de parlamentares suspeitos de envolvimento com a compra superfaturada de ambulâncias através de emendas ao orçamento. Os depoimentos foram tomados pelo sub-relator da comissão, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

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Os depoimentos de assessores foram tomados como uma forma de complementar o depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, sócio da empresa Planam, acusada de comandar o esquema de venda de ambulâncias. "Temos consciência que em muitos casos os assessores apenas prestaram ao trabalho de receber o dinheiro e repassar ao parlamentar", disse Gabeira.

Segundo Gabeira, o assessor do deputado Nilton Capixaba (PTB-RJ), José Moisés da Silva, prestou esclarecimentos apenas para complementar as informações que a CPI tem sobre o parlamentar. "No caso do deputado Nilton Capixaba não há nenhuma necessidade de se confirmar nada. A comissão tem provas tão esmagadoras contra o deputado que não era necessário o depoimento do assessor", disse.

Em relação ao depoimento da assessora do deputado Ricardo Rique, Danielle Surrage Pires, Gabeira informou que ela confirmou o recebimento do dinheiro e disse que o dinheiro seria de uma pessoa que devia ao deputado. "Nós entendemos que essa explicação deve ser considerada, embora não seja muito precisa", disse Gabeira.

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No caso do assessor do deputado Erico Ribeiro (PP-RS), Flávio Santos Silva, o sub-relator informou que a expectativa era grande por se tratar de um parlamentar "muito rico e que não deveria prestar a esse tipo de trabalho". "Infelizmente, o assessor confirmou que recebeu o dinheiro e entregou-o ao gabinete", disse.

E acrescentou: "No depoimento Trevisan Vedoin diz que fez entendimento com o deputado no sentido de que ele (deputado) deveria apresentar emenda genérica de R$ 1,27 milhões que foi apresentada e distribuída para 10 a 12 municípios gaúchos. O Vedoin disse também que pagou R$ 10 mil adiantado a um assessor, que confirmou que recebeu o dinheiro".

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O outro depoimento foi de assessor da deputada Teté Bezerra (PMDB-MT). Segundo Gabeira, esse depoimento foi para esclarecer dúvidas surgidas no depoimento da última quinta-feira, quando o assessor Newton Sabaraense disse que seu pai havia recebido dinheiro por serviços de assessoria. Gabeira informou que o depoimento não apresentou novos esclarecimentos para as investigações.