Usado pela CPI dos Correios para cruzar as informações da movimentação financeira de Marcos Valério Fernandes de Souza com a de assessores de parlamentares do Congresso Nacional, o programa de computador I2 pode ter sido alvo de sabotagem. Segundo o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o programa foi desligado incorretamente durante o fim de semana, ocasionando a perda de parte do trabalho com o cruzamento das informações sobre o valerioduto.

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"O programa foi desligado sem as cautelas necessárias. Estamos investigando para saber se foi desligado propositalmente de forma errada. Perdemos o trabalho e tempo e agora vai levar dois dias para recuperarmos os dados", explicou Serraglio. O I2 é um programa de computador usado pelo serviço secreto inglês. Para a CPI dos Correios, ele cruza dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho com a movimentação financeira de Valério. A Rais identifica funcionários contratados pela Câmara nos últimos cinco anos.

A uma semana da entrega do relatório final, Serraglio afirmou hoje que a CPI dos Correios "praticamente não avançou este ano" nas investigações. "Estamos consolidando as coisas que existiam. Se eu tivesse mais tempo, os resultados seriam mais proveitosos", disse o relator. Na quarta-feira a CPI ouve o último depoimento de impacto: o do publicitário Duda Mendonça que admitiu ter recebido R$ 10,5 milhões de recursos de caixa 2 de Valério como parte do pagamento da campanha do PT de 2002. A expectativa é que desta vez o publicitário não faça nenhuma revelação bombástica.

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